As projeções indicam que as taxas de fertilidade global entrarão em declínio, resultando em uma redistribuição da carga populacional para países de baixo rendimento. Um estudo recente, divulgado nesta quarta-feira (20), prevê que a maioria dos nascimentos no futuro ocorrerá em nações menos desenvolvidas.
De acordo com Stein Emil Vollset, pesquisador sênior do Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME) da Universidade de Washington em Seattle, essa tendência resultará em um “baby boom” e um “baby bust” globalmente, com um aumento significativo nos países de baixa renda, que são mais vulneráveis a instabilidades econômicas e políticas.
Os dados compilados para o estudo, publicado na revista The Lancet, abrangem pesquisas, censos e outras fontes coletadas entre 1950 e 2021 como parte do Estudo da Carga Global de Doenças, Lesões e Fatores de Risco. A previsão indica que até 2050, cerca de 76% dos países terão taxas de fertilidade abaixo do nível de reposição populacional, aumentando para 97% até 2100.
A África Subsaariana será especialmente impactada, prevendo-se que mais de metade dos nascimentos ocorra nessa região até o final do século. Em 2021, a taxa de fertilidade global já havia caído para 2,2 filhos por mulher, em comparação com os cerca de 5 filhos em 1950. Um total de 110 países e territórios, representando 54%, já tinham taxas de fertilidade abaixo do nível de reposição.
Países como Coreia do Sul e Sérvia estão enfrentando desafios significativos devido às taxas de fertilidade extremamente baixas, inferior a 1,1 filho por mulher, o que afeta a força de trabalho e o crescimento econômico.
O estudo ressalta a necessidade urgente de melhorar o acesso à contracepção moderna e à educação feminina em regiões onde as taxas de fertilidade permanecem altas. Além disso, os pesquisadores alertam para a dependência futura da imigração para sustentar o crescimento econômico, à medida que a população diminui em quase todos os países. No entanto, ressaltam que as previsões podem ser limitadas devido à disponibilidade e qualidade dos dados, especialmente durante a pandemia de COVID-19 entre 2020 e 2021.
