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terça-feira, 14 janeiro, 2025
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Zuckerberg tocou ‘nervo sensível’ da máquina de censura do Brasil, diz Gazeta do Povo

Por Alexandre Gomes

As recentes mudanças nas políticas de conteúdo da Meta, anunciadas por seu CEO Mark Zuckerberg, geraram uma onda de reações acaloradas entre membros do governo Lula e seus aliados. Em editorial publicado no último domingo, 12, a Gazeta do Povo apontou que essas reações destemperadas revelam o medo de perder o controle sobre o que pode ou não ser considerado verdade no ambiente digital.

De acordo com o jornal, a preocupação do governo Lula não é infundada. As redes sociais da Meta haviam sido ferramentas convenientes para suprimir discursos conservadores e oposicionistas. “O petismo e a esquerda identitária nunca esconderam o desejo de controlar o que pode ser dito online, camuflando-o sob o pretexto de ‘regulação’ das mídias sociais”, destacou o editorial.

Reunião de emergência do Governo

Na última sexta-feira, 10, o governo convocou uma reunião urgente para discutir o que consideraram uma situação “extremamente grave”. Mas, em vez de tratar de questões como a dívida pública, a inflação ou a dengue, o foco foi a mudança nas políticas de moderação de conteúdo do Facebook e do Instagram. Para a Gazeta do Povo, isso é uma clara demonstração de como o tema incomodou o governo.

Notas da Comunidade e liberdade de expressão

Os críticos das mudanças adotaram um discurso apocalíptico, alegando que a eliminação da moderação daria espaço para conteúdos criminosos.

No entanto, a proposta de Zuckerberg é substituir os checadores de fatos por notas da comunidade, promovendo a liberdade de expressão em temas que comportam múltiplas opiniões lícitas. Seguindo essa lógica, a moderação se concentraria apenas em conteúdos que violam leis nacionais, o que é uma abordagem que prioriza o respeito ao debate aberto.

Essa mudança é vista pela Gazeta do Povo como uma afronta direta à narrativa dominante da esquerda. “A liberdade é anátema para a esquerda, que gosta de criminalizar ‘discursos de ódio’ que são, na verdade, opiniões lícitas sobre diversos temas”, afirma o editorial, mencionando questões como imigração e gênero, temas diretamente abordados por Zuckerberg.

A polêmica em torno da expressão “Terra sem Lei”

O ministro do STF Alexandre de Moraes, ao comentar as mudanças da Meta, utilizou a expressão “terra sem lei”.

A Gazeta do Povo ironizou a situação, apontando que o respeito à lei tem sido frequentemente desrespeitado pelo próprio Supremo quando se trata de liberdade de expressão nas redes sociais.

Decisões judiciais secretas que suprimem contas inteiras e a imposição de multas a brasileiros que utilizam VPNs para acessar plataformas suspensas foram citadas como exemplos de medidas autoritárias.

O editorial destacou ainda que a Constituição brasileira veda expressamente a censura prévia e que leis devem ser criadas pelo Legislativo, não pelo Judiciário. No entanto, o STF tem reiteradamente assumido um papel legislativo, como no caso do Marco Civil da Internet, onde se discute a inclusão de regras mais restritivas para as big techs.

Impacto das mudanças

Embora as novas regras da Meta estejam atualmente limitadas aos Estados Unidos, sua simples possibilidade gerou reções intensas no Brasil. Isso demonstra, segundo a Gazeta do Povo, que Zuckerberg tocou em um ponto sensível do sistema de censura vigente no país.

Para o jornal, a disputa real não é sobre democracia ou segurança, mas sobre quem tem o poder de definir a verdade.

Mark Zuckerberg merece ser elogiado por defender uma abordagem que fortalece a liberdade de expressão e promove debates mais abertos e democráticos. Em um país verdadeiramente livre, a mudança proposta pela Meta seria vista como um avanço, e não como motivo de ataques por parte de autoridades e setores do governo. Ao desafiar a narrativa predominante, Zuckerberg contribui para um ambiente digital mais plural e menos sujeito à censura.

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