A rede social X revelou na noite desta quarta-feira (14) novos documentos sigilosos que mostram solicitações de informações cadastrais de seus usuários feitas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com a empresa, os pedidos não se restringem a usuários no Brasil, mas também afetam residentes dos Estados Unidos e da Argentina.
“Recebemos novos pedidos de censura e de informações pessoais sobre nossos usuários, afetando não apenas brasileiros, mas também residentes dos Estados Unidos e da Argentina. Compartilhamos essas informações aqui para garantir a transparência essencial”, afirmou a X em uma postagem em sua conta de Assuntos Governamentais Globais.
O primeiro documento divulgado é datado de 23 de julho e consiste em um ofício assinado pelo ministro Moraes, solicitando que o X forneça, no prazo de cinco dias, os dados cadastrais de uma lista de perfis, incluindo 12 nomes notáveis, como Fernando Cerimedo, um argentino próximo da família Bolsonaro, e a influenciadora Gabriella Labre. O pedido foi feito a partir de um requerimento do delegado da Polícia Federal, Fabio Fajngold, para uma investigação.
Outro documento, datado de 12 de agosto, é um mandado de intimação urgente, também assinado por Moraes, que ordena que o X forneça, em 24 horas, os dados cadastrais do perfil “@allanconta “, atualmente associado ao jornalista Allan dos Santos. O descumprimento da ordem poderia resultar em uma multa diária de R$ 100 mil e responsabilidade penal para o responsável legal.
O documento mais recente, datado de 13 de agosto, informa que, devido ao não cumprimento de ordens judiciais anteriores, foi aplicada uma multa de R$ 50 mil ao X, que tem um prazo de cinco dias para efetuar o pagamento.
O bilionário Elon Musk reagiu à divulgação dos documentos, chamando os pedidos de “loucura” em uma resposta publicada na conta de Assuntos Governamentais Globais. A influenciadora Gabriella Labre expressou surpresa e questionou a inclusão de seu nome no pedido de Moraes, destacando a dificuldade crescente da censura no Brasil.
A Gazeta do Povo contatou o STF, que informou que não comentará as novas publicações.
Com informações da Gazeta do Povo