O governo dos Estados Unidos revogou os vistos da esposa e da filha de 10 anos do ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT). O ministro em si não foi afetado, pois seu visto já estava expirado desde 2024. As notificações foram entregues na manhã da última quinta-feira, 14, pelo Consulado norte-americano em São Paulo.
A justificativa apresentada indica que, após a emissão dos documentos, surgiram novas informações que tornaram as duas inelegíveis para manter o visto ativo. A revogação impede que ambas entrem no território dos EUA; caso já estejam no país, ainda podem permanecer até o fim do período autorizado, mas perderão o status ao saírem.
Na mesma semana, autoridades norte-americanas também revogaram os vistos de Mozart Julio Tabosa Sales (Secretário de Atenção Especializada à Saúde) e Alberto Kleiman (que atuou como assessor de Relações Internacionais no Ministério e agora coordena assuntos da COP30). O Departamento de Estado acusou o programa Mais Médicos de funcionar como um “golpe diplomático” que explorou médicos cubanos, beneficiou o regime de Havana e contou com o apoio de autoridades brasileiras e da OPAS.
Em resposta, o ministro Padilha declarou que o programa foi um projeto de “salvamento em saúde”, amplamente apoiado pela população. “O Mais Médicos sobreviverá a esses ataques injustificados de quem quer que seja”, afirmou, em defesa da iniciativa que levou atendimento médico gratuito a milhões de brasileiros.