A decisão da ministra da Saúde, Nísia Trindade, de permitir as férias da secretária encarregada do combate à dengue, Ethel Maciel, durante a pior epidemia da doença no Brasil, tem sido alvo de críticas. Ethel, que lidera a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério, tirou o mês de janeiro de folga e compartilhou parte de sua viagem nas redes sociais.
Em uma publicação no Instagram, Ethel escreveu: “Despeço de 2023 com gratidão”, no dia 1º de janeiro. “Com as energias do hinduísmo e do budismo, abraço 2024 e desejo muita sabedoria para atravessarmos os desafios que nos esperam.”
O Ministério da Saúde, em nota ao jornal O Estado de S. Paulo, justificou a ausência de Ethel, afirmando que ela foi “adequadamente substituída” durante suas férias e garantiu a continuidade e o monitoramento das ações planejadas. A pasta também destacou que quase todos os departamentos da SVSA estão envolvidos nas atividades de combate à dengue.
Entretanto, os números alarmantes da epidemia colocam em questão a eficácia das medidas adotadas. O Brasil registrou em 2024 um recorde de 1.116 mortes por dengue, o maior desde o início da série histórica em 2000. Mais de 1,8 mil mortes ainda estão sob investigação. O número de casos confirmados também é preocupante, com quase 3 milhões em fase de análise pelo Ministério da Saúde.
A gravidade da situação levou a mais de 400 decretos de estado de emergência em municípios e unidades federativas. Minas Gerais lidera com 939.332 casos registrados. Enquanto isso, a ausência de Ethel Maciel durante esse período crítico alimenta o debate sobre a eficácia das medidas de combate à dengue no país.
