Deputado denuncia financiamento externo de ONGs no Brasil e defende anistia ampla para condenados de 8 de janeiro
Em entrevista ao programa Arena Oeste nesta quinta-feira (25), o deputado federal Filipe Barros (PL-PR), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN), fez duras críticas ao financiamento internacional de organizações não governamentais que atuam no Brasil. Segundo ele, fundações estrangeiras estariam interferindo diretamente no cenário político nacional.
“A Usaid irrigou milhões de dólares para interferir nas eleições brasileiras”, afirmou. “Essas fundações internacionais têm seus próprios interesses — e, normalmente, não são os interesses do povo brasileiro.”
Barros anunciou que pretende colocar em votação um projeto de sua autoria que proíbe o repasse de recursos estrangeiros a ONGs, exceto aquelas voltadas para ajuda humanitária. “As demais, que fazem militância política disfarçada, especialmente na Amazônia, não poderão mais receber dinheiro externo”, explicou.
Críticas à venda de ativos estratégicos
O deputado também alertou para a ausência de controle do Estado sobre áreas estratégicas. “O Brasil está vendendo seus ativos estratégicos a preço de banana, seja para a China, Inglaterra ou Suíça”, disse. “Hoje, o Estado brasileiro não tem instrumentos para fiscalizar o que é seu.”
Anistia e resistência do STF
Durante a entrevista, Filipe Barros lembrou que o Congresso já aprovou a urgência do projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro.
“Foram 311 deputados que votaram a favor da urgência. O problema está na resistência do STF. Uma simples diminuição de pena não pacifica o país. Precisamos de anistia ampla, geral e irrestrita.”
O parlamentar contou que, quando foi líder da oposição, articulou apoio de mais de 200 deputados do centro em favor da proposta. Ele adiantou que a oposição vai apresentar destaques ao texto do relator Paulinho da Força (Solidariedade-SP) para reforçar o alcance da anistia.
Reforma do Judiciário e fim do foro privilegiado
Para Barros, o desequilíbrio entre os Poderes está no cerne da crise institucional.
“Hoje o Legislativo está de cócoras para o Judiciário”, criticou.
Ele disse preparar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para transformar o STF em uma Corte Constitucional com funções delimitadas e defendeu limites também para a atuação do Ministério Público.
Barros ainda defendeu o fim do foro privilegiado, afirmando que a prerrogativa já não beneficia a oposição: “Prefiro ser processado por um juiz de primeira instância, a quem posso recorrer, do que ir direto ao STF sem direito a recurso.”
Bolsonaro e eleições de 2026
O deputado também comentou a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro, em prisão domiciliar.
“Hoje, Bolsonaro detém o maior capital político da história recente brasileira. Tirar ele do debate público é uma tentativa de interferir no processo eleitoral do ano que vem”, disse.
Sobre os presos de 8 de janeiro, Barros afirmou que muitos são inocentes: “Senhores e senhoras de idade perderam dois, três anos de suas vidas por crimes que não cometeram. Precisamos soltá-los.”
Por fim, confirmou sua pré-candidatura ao Senado em 2026, com apoio de Bolsonaro e do governador do Paraná, Ratinho Júnior.
“Ninguém pode ser candidato de si próprio. Essa é sempre uma construção baseada no histórico e no apoio conquistado ao longo do tempo.”