A Transparência Internacional fez um alerta contundente sobre o cenário de corrupção no Brasil, destacando que a impunidade se tornou regra no país. A organização criticou duramente o acordo da Procuradoria-Geral da República (PGR) com o deputado André Janones (Avante-MG), que confessou envolvimento em rachadinhas, e também apontou o desmonte da Operação Lava Jato pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como um dos principais fatores que levaram à normalização da corrupção.
Brasil sem combate efetivo à corrupção
Em uma publicação recente, a Transparência Internacional destacou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não tem nenhuma política efetiva de combate à corrupção. Além disso, mencionou que o STF segue concedendo decisões favoráveis a políticos envolvidos em esquemas ilícitos, garantindo impunidade a diversas figuras públicas.
A ONG também criticou o fato de que, enquanto Janones admitiu o crime e conseguiu um acordo para pagar uma multa de forma parcelada, outros políticos sequer chegam a ser investigados ou punidos.
O pior ranking da história
Em 2024, o Brasil atingiu sua pior colocação no Índice de Percepção da Corrupção (IPC), ranking elaborado pela Transparência Internacional. O país ficou na 107ª posição, empatado com Nepal, Argélia, Malauí, Níger, Tailândia e Turquia.
Fatores que influenciaram essa queda incluem:
- Silêncio do presidente Lula sobre o combate à corrupção.
- Manutenção de ministros sob investigação, como Juscelino Filho (Comunicações), que foi indiciado pela Polícia Federal por corrupção passiva, fraude em licitação e organização criminosa.
- Volta da influência de empresários envolvidos em escândalos, como os irmãos Joesley e Wesley Batista (Grupo J&F), que voltaram a ter acesso ao Planalto.
Brasil no caminho da impunidade?
A crítica da Transparência Internacional reforça um sentimento crescente de que a corrupção no Brasil não só deixou de ser combatida, mas passou a ser tratada com normalidade.
Com a ausência de investigações rigorosas, decisões políticas que beneficiam investigados e um sistema de justiça cada vez mais leniente, o país pode estar consolidando um cenário de impunidade institucionalizada, onde crimes contra o dinheiro público deixam de ser punidos e passam a ser tratados como meros erros administrativos.