Um relatório divulgado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) nesta quarta-feira, 4, revela que mais da metade das obras públicas financiadas com recursos federais no Brasil estão paralisadas. De um total de 22.958 contratos em andamento, 11.941, ou 52%, estão interrompidos, o que significa que, para cada dois empreendimentos em andamento, um está parado.
A paralisação dessas obras gera uma série de impactos negativos, como o atraso no desenvolvimento de infraestrutura essencial e o desperdício de recursos públicos. O TCU estima que, até o momento, R$ 9 bilhões já foram investidos nessas obras, com uma necessidade adicional de cerca de R$ 20 bilhões para que os projetos sejam concluídos.
Os setores mais afetados por essas paralisações são saúde e educação, que juntos representam 72% do total de obras interrompidas, somando 8.674 projetos. Embora o número de obras paralisadas tenha aumentado, o valor total dos projetos afetados diminuiu de R$ 32,23 bilhões em 2023 para R$ 29,36 bilhões em 2024, o que, segundo o TCU, pode ser interpretado como uma tentativa de otimização dos recursos.
Em relação aos Estados, o Maranhão lidera o ranking de obras paralisadas, com 1.232 projetos interrompidos e R$ 1 bilhão em recursos federais previstos. A Bahia ocupa a segunda posição, com 972 obras paradas e R$ 3,3 bilhões destinados a esses projetos. O Pará figura em terceiro lugar, com 938 obras paralisadas e R$ 1,4 bilhão de recursos previstos. Esses números indicam uma persistente dificuldade na gestão e execução de obras nesses Estados.