Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) revelou um aumento alarmante de 733% nos gastos com publicidade da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), sob a gestão do ministro Paulo Pimenta, aponta Cláudio Humberto do Diário do Poder.
Segundo o relatório do TCU, os contratos de publicidade foram inflacionados sem justificativas precisas, comprometendo a transparência e a eficiência do uso de recursos públicos.
Aumento de gastos e falta de métricas
O relatório aponta que os gastos da Secom, que alcançam R$450 milhões, superam os orçamentos de gigantes como Petrobras, Caixa Econômica Federal e ministérios, ficando atrás apenas do Banco do Brasil, que investe R$500 milhões em publicidade. Um dos principais problemas destacados pela auditoria é a ausência de métricas que garantam a adequação dos custos: em uma campanha de R$10 milhões, por exemplo, não é possível verificar se o objetivo seria alcançado com um orçamento menor, de R$8 milhões. Essa ausência de indicadores e relatórios detalhados limita a capacidade de avaliar a eficácia e o real impacto das campanhas.
Justificativas genéricas
Os técnicos do TCU também criticaram as “justificativas genéricas” apresentadas pela Secom para inflacionar os contratos, mencionando apenas “objetivos de comunicação” sem explicar em detalhes como esses objetivos justificam os altos valores contratados. Outro ponto questionável é a prática de divulgar o valor das campanhas antes do processo de contratação. Em 100% dos casos analisados, as agências responsáveis utilizaram o valor total previsto, sugerindo uma falta de controle para buscar menores custos e assegurar maior eficiência.
Deficiência de Relatórios de Desempenho
A ausência de relatórios detalhados e indicadores impede o acompanhamento da eficácia das campanhas. Sem essas ferramentas, não há como avaliar se os objetivos foram cumpridos e se o investimento está gerando resultados concretos.
A auditoria do TCU levanta questões sobre a transparência e a eficiência nos gastos da Secom, destacando a necessidade de ajustes rigorosos nos processos de contratação e execução das campanhas publicitárias. Com a falta de métricas e relatórios de desempenho, o uso desses recursos torna-se difícil de justificar, reforçando a importância de uma revisão minuciosa dos procedimentos adotados pela Secretaria de Comunicação para assegurar o uso responsável dos recursos públicos.
