O ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral, Eduardo Tagliaferro, fez graves acusações contra o ministro Alexandre de Moraes, afirmando que o TSE foi usado em 2022 para prejudicar diretamente a candidatura da direita, em especial do então presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, decisões internas da Corte eleitoral restringiram conteúdos legítimos da campanha bolsonarista, incluindo imagens do 7 de Setembro, declarações ligando Lula a regimes autoritários, e até o uso simbólico de eventos internacionais como o funeral da rainha Elizabeth II.
Tagliaferro afirmou que “a direita foi tolhida do direito de fazer campanha transparente, de mostrar sua cara”, e classificou as decisões como uma clara perseguição política institucionalizada. Segundo ele, havia orientação para suprimir conteúdos conservadores enquanto denúncias e publicações da esquerda não recebiam o mesmo tratamento.
Ele ainda relatou que, durante o período em que esteve à frente da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação, percebeu uma atuação seletiva dentro do gabinete de Moraes. Disse estranhar que apenas materiais ligados à direita chegavam para análise e repressão, enquanto conteúdos da esquerda sequer eram discutidos.
Em mensagens privadas divulgadas à imprensa, Tagliaferro chegou a afirmar que temia represálias diretas por parte do ministro, mencionando inclusive a possibilidade de ser preso ou até mesmo morto caso revelasse os bastidores do TSE.
A denúncia lança luz sobre o uso do aparato judicial em disputas políticas e reforça a preocupação de setores conservadores quanto à imparcialidade das instituições. Para muitos, o episódio confirma o que há tempos vinha sendo denunciado por aliados da direita: a instrumentalização da Justiça Eleitoral para desequilibrar a disputa presidencial. Tagliaferro agora promete divulgar provas e detalhes que, segundo ele, mostrarão que o Judiciário foi além do papel técnico e se tornou um agente político nas eleições de 2022.