Durante a cerimônia de reabertura dos trabalhos do Supremo Tribunal Federal, o presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, fez um discurso enfático em defesa da independência do Judiciário e do ministro Alexandre de Moraes, alvo recente de sanções impostas pelos Estados Unidos. Barroso classificou as críticas internacionais como tentativas inaceitáveis de interferência em decisões soberanas da Justiça brasileira.
Segundo ele, o STF seguirá firme em sua missão institucional, julgando todos os envolvidos nos atos de 8 de Janeiro com base em provas concretas, e não se deixará influenciar por pressões externas. Barroso afirmou que Moraes vem atuando com bravura, legalidade e apoio dos demais ministros, deixando claro que a Corte não aceitará intimidações, seja de atores nacionais ou estrangeiros.
O presidente do Supremo também relembrou momentos da história em que a Justiça brasileira foi atacada por forças autoritárias, e defendeu que a atual geração de magistrados tem o dever de manter o país no caminho da legalidade e da democracia. “É nosso papel garantir que o Brasil continue sendo governado pela Constituição, e não pela força”, declarou.
Embora o discurso tenha sido aplaudido por setores ligados ao governo, setores conservadores veem com reservas o tom de unidade do STF, interpretando-o como uma tentativa de blindagem frente a críticas legítimas sobre excessos cometidos por alguns de seus membros. Ainda assim, a fala de Barroso reforça um ponto que une boa parte da sociedade: o Brasil deve rejeitar qualquer forma de ingerência externa em suas instituições.
O episódio reafirma a importância de preservar a soberania nacional e levanta um debate necessário sobre os limites entre a defesa da democracia e o ativismo judicial. Para muitos, a firmeza do STF em proteger sua autonomia é válida — mas precisa vir acompanhada de autocrítica, equilíbrio e respeito às liberdades e garantias individuais.