O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), reafirmou que não há possibilidade de apoiar o Projeto de Lei da Dosimetria, que vem sendo articulado pelo Centrão em entendimento com o Supremo Tribunal Federal (STF) e é visto como uma tentativa de substituir a anistia aos investigados pelos atos de 8 de janeiro.
A declaração foi feita após encontro nos Estados Unidos com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o jornalista Paulo Figueiredo, na quinta-feira (25). Nas redes sociais, Eduardo compartilhou uma foto ao lado dos dois, escrevendo: “Todos unidos pela anistia”.
Indagado sobre uma possível redução de penas prevista no projeto, Sóstenes foi direto: “Sem chance. Nem o Bolsonaro aceitou na segunda-feira”, reforçando a posição contrária do partido.
A viagem de Sóstenes aos EUA ocorreu poucos dias depois de ele criticar a decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de impedir que Eduardo Bolsonaro assumisse a liderança da minoria na Casa.
Tramitação do projeto
O relator do projeto, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), informou que a votação prevista para a próxima terça-feira (30) foi adiada. Uma reunião que ocorreria na Residência Oficial da Câmara, com Paulinho, Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), foi cancelada.
Oficialmente, o motivo do cancelamento foi a participação de Alcolumbre no aniversário do presidente do STF, Luís Roberto Barroso. Nos bastidores, porém, a imprensa atribui a decisão ao desconforto causado por declarações de Paulinho, que sugeriu condicionar a votação do PL da Dosimetria ao avanço do projeto que isenta do Imposto de Renda salários de até R$5 mil mensais.