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segunda-feira, 30 setembro, 2024
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Sorte ou esquema? Contador de Lulinha ganha mais de 600 vezes na loteria e pode estar ligado ao PCC

Por Marina B.

O contador João Muniz Leite, de 60 anos, está entre os alvos da Operação Fim de Linha, deflagrada nesta terça-feira, 9, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A ação foi autorizada pela 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, que expediu mandados de busca e apreensão em busca de provas que confirmem sua participação central no esquema de lavagem de dinheiro ligado à empresa de ônibus UPBus, supostamente associada ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

As investigações, que remontam a 2021, durante a Operação Ataraxia do Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), inicialmente suspeitavam que Muniz havia ganhado 55 prêmios na loteria. Porém, ao ser interrogado posteriormente pela polícia, ele admitiu ter ganho 250 vezes em diversas loterias, conforme reportagem do Estadão em fevereiro. Agora, dados trazidos à tona pela Polícia Federal revelam que sua sorte foi ainda maior.

Muniz, conhecido como o Contador do Lulinha por ter prestado serviços para Fábio Luis Lula da Silva, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é apontado como peça-chave em uma rede de negócios voltada para a lavagem de dinheiro do crime organizado, que inclui escritórios de contabilidade, agentes, fundos imobiliários, entre outros.

No contexto da investigação sobre a suposta tomada do sistema de transportes pelo PCC, os investigadores identificaram indícios de uma ampla rede de lavagem de dinheiro, na qual Muniz e seus clientes ligados à UPBus estariam envolvidos. Segundo as autoridades, nos últimos sete anos, enquanto a empresa acumulava prejuízos, um de seus acionistas, Admar de Carvalho Martins, teria recebido expressivos “lucros distribuídos”.

Martins, que tem supostas ligações com outros esquemas de lavagem, é apontado como receptor de valores provenientes de atividades ilícitas, enquanto Muniz seria o responsável por viabilizar a operação de lavagem de dinheiro. As investigações também apontam que Muniz mantinha relações com líderes do PCC ligados à UPBus, como Sílvio Luiz Correia, conhecido como Cebola.

O contador, por sua vez, nega qualquer envolvimento com as atividades criminosas, embora admita ter tido Magrelo, um dos principais líderes do PCC, entre seus clientes por cinco anos. Magrelo foi assassinado em 2021, e a Justiça determinou o bloqueio de bens de Muniz e outros envolvidos no caso. As investigações prosseguem para desmantelar o esquema de lavagem de dinheiro e responsabilizar os envolvidos.

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