Jornal aponta contradição entre arrecadação recorde e rombo crescente nas contas públicas do governo Lula
Um editorial publicado pelo Estadão nesta segunda-feira (1º) afirma que o governo Lula transformou o Estado em uma máquina de arrecadar muito — e gastar ainda mais. Mesmo com a arrecadação recorde de R$ 2,3 trilhões de janeiro a outubro de 2025, o rombo nas contas públicas só cresce, e as estatais acumulam déficits bilionários.
Segundo o jornal, em “condições normais”, a receita atual seria suficiente para equilibrar o orçamento. Mas o que se vê, afirma o editorial, é um governo petista “de apetite insaciável”, aliado a um Congresso que também não contém gastos.
Estatais acumulam prejuízos e servem para acomodar aliados, diz jornal
O editorial destaca que o déficit previsto para as estatais saltou de R$ 5,5 bilhões para R$ 9,2 bilhões. Parte desse buraco é atribuída aos Correios, que enfrentam crise estrutural — mas o problema, segundo o jornal, vai além.
Para o Estadão, sob o PT as estatais “são administradas para dar prejuízo”, reforçando a ideia de que só podem existir sob controle estatal porque a iniciativa privada “visa ao lucro”. O jornal afirma que essas empresas acabam funcionando como espaço para apadrinhamento político e para financiar projetos do Palácio do Planalto sem passar pelo crivo orçamentário.
O editorial também descarta a hipótese de privatizações durante um governo do PT, classificando tal possibilidade como inexistente.
Arrecadação sobe, despesas aumentam e governo busca novos tributos
Com o aumento dos gastos e a resistência do governo em cortar despesas, o Estadão afirma que resta ao governo “apenas aumentar a arrecadação”.
O editorial cita:
- o uso do IOF para fins arrecadatórios — arrecadação extra de R$ 8,1 bilhões em outubro, 40% a mais que no ano anterior;
- a nova regra de compensação tributária, aprovada pelo Congresso, que deve elevar a arrecadação em R$ 10 bilhões em 2026.
Ao mesmo tempo, gastos continuam crescendo e parte deles é excluída do arcabouço fiscal, segundo o jornal.
Tebet admite lentidão, mas Estadão aponta responsabilidade de Lula
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, reconheceu a demora na aprovação de reformas fiscais, atribuindo parte da dificuldade aos demais Poderes.
O Estadão, porém, afirma que a resistência inicial partiu do próprio Lula, que barrou propostas de redução de despesas elaboradas pela equipe de Tebet.
Expansão de gastos deve piorar em 2026, diz editorial
O editorial conclui que, embora o ritmo de crescimento das despesas tenha desacelerado “por força da economia”, o expansionismo fiscal segue como marca do governo Lula — e deve se agravar em 2026 por causa do calendário eleitoral.