Crise inclui aposentadorias, pensões e benefícios por incapacidade; espera chega a 193 dias no BPC
A fila de espera do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) chegou ao maior nível já registrado: 2,8 milhões de solicitações pendentes. São pedidos de aposentadorias, pensões e benefícios por incapacidade que seguem sem resposta.
Entre os casos está o de Danice Matheus de Oliveira, que pediu aposentadoria por invalidez em 2020. A espera foi tão longa que ela já completou tempo para se aposentar por idade. “É desgastante”, disse ao Jornal Nacional, da TV Globo. “Todo dia eu olho e nada muda. Em 8 de dezembro, faço cinco anos nessa luta”.
De janeiro até agora, os novos pedidos cresceram 23%. A média mensal já ultrapassa 1,3 milhão. Metade da fila atual é formada por solicitações de benefício por incapacidade temporária. No BPC, são 897 mil pessoas aguardando, com tempo médio de 193 dias. Parte dos processos está parada desde junho, depois de mudanças judiciais no cálculo do benefício.
Crise foi admitida pelo INSS
O INSS admite a crise e afirma que dois terços da fila dependem de perícia médica, atualização do sistema e biometria. A maior concentração de atrasos está no Nordeste, e servidores de outras regiões devem ajudar na análise.
Segundo o presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, a convocação de 500 novos peritos deve aliviar a demanda. Ele afirma que o sistema do BPC deve ser atualizado até dezembro.
Na sexta-feira, 21, passa a ser obrigatória a biometria para novos pedidos de aposentadoria. Para outros benefícios sociais, o governo adiou a exigência para maio de 2026 — incluindo auxílio por incapacidade, pensão por morte, seguro-desemprego, abono salarial, Bolsa Família e salário-maternidade.