O senador Alessandro Vieira (MDB-SE), conhecido por suas pautas progressistas e com 17 anos de experiência como delegado da Polícia Civil, elevou o tom ao criticar o ministro Alexandre de Moraes, usando o escândalo apelidado de “Vaza Toga” como referência. O senador, que também é jurista, argumenta que não apenas o recente vazamento de conversas justifica um pedido de impeachment contra Moraes, mas todo o seu comportamento.
Vieira relembrou que foi autor de um pedido de impeachment contra o ministro, protocolado em 2019, e fez uma declaração marcante: “Estamos diante de um dilema, onde precisamos encontrar maneiras de conter esse monstro autoritário que surgiu e que diversos setores da sociedade apoiam”, destacou.
O senador complementou: “Na minha visão, a conduta geral do ministro Alexandre de Moraes é passível de impeachment. Fiz o pedido em abril de 2019, mas na época o governo Bolsonaro foi contra. Agora, se você me pergunta se isso vai acontecer, a resposta é não. O andamento de um processo de impeachment depende da decisão única do presidente do Senado”, explicou.
Vieira também destacou que, se o processo avançar para o plenário, “a questão eleitoral entrará em jogo, uma vez que a possibilidade de uma vaga no STF ser aberta envolve o projeto de poder e a indicação do presidente Lula”.
O senador criticou o sistema da Justiça Eleitoral, afirmando que os indicados politicamente ao STF atuam em uma “porta giratória”, alternando entre serem ministros e advogados de políticos. Ele acusou Moraes de adotar uma postura de “justiceiro”, aplicando o que chama de “justiça de vingança”. Vieira apontou para a desproporção nas penas impostas, citando o exemplo de uma mulher que invadiu um prédio público e foi condenada a 17 anos de prisão, uma punição que, segundo ele, raramente é aplicada a homicidas ou estupradores.
Segundo o senador, o excesso de Moraes se manifesta desde o início de suas ações. Vieira criticou o ministro por assumir múltiplos papéis — de juiz, investigador e denunciante — além de atuar como perito, “manipulando laudos para que se ajustassem às suas teses”.
*Com informações, Diário do Poder.