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domingo, 8 junho, 2025
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Senador Alessandro Vieira aluga carros de doador de campanha e soma R$ 173 mil em contratos com verba pública

Por Alexandre Gomes

O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) está sob escrutínio após ser revelado que alugou veículos com verba do Senado de uma empresa pertencente ao seu principal doador de campanha ao governo de Sergipe, o empresário Milton Arthur Vasconcelos de Andrade. A empresa JB Andrade Locação de Veículos recebeu, entre janeiro de 2023 e fevereiro de 2025, R$ 173 mil por serviços prestados, mesmo após a derrota eleitoral da chapa composta por ambos em 2022.

Segundo registros, os pagamentos mensais fixos foram de R$ 7,3 mil, referentes ao aluguel contínuo de uma caminhonete Ford Ranger (R$ 5 mil) e de um Volkswagen Gol (R$ 2,3 mil). Todas as despesas foram justificadas com recibos, mas sem apresentação de notas fiscais.

O vínculo entre o senador e o empresário não se limita à relação contratual. Andrade, que doou R$ 56,8 mil para a candidatura de Vieira, também foi seu candidato a vice-governador na mesma chapa. Após as eleições, ele foi nomeado presidente da Agência Sergipe de Desenvolvimento, ligada ao governo estadual. Ambos também são ex-integrantes do programa RenovaBR, voltado à formação de lideranças políticas.

Alessandro Vieira negou qualquer irregularidade, justificando que a locação foi feita por meio de cotação de preços, e a escolha se deu pela “alternativa mais econômica”, descartando “conflito de interesse”.

A controvérsia surge em momento delicado, já que o senador assumiu recentemente a relatoria da avaliação de gastos públicos e incentivos fiscais na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. A função o coloca como um dos principais fiscais da aplicação dos recursos federais, função que, para alguns críticos, poderia ser contraditória com sua própria conduta administrativa.

O caso reabre o debate sobre o uso de verbas parlamentares, a transparência nos contratos públicos e os limites éticos das relações entre agentes públicos e financiadores de campanha. Embora legal, a situação levanta questionamentos sobre a moralidade e o simbolismo do uso de recursos públicos em benefício de aliados eleitorais.

Nos bastidores do Senado, já se fala em possíveis movimentações para apurar a legalidade dos contratos e exigir maior prestação de contas sobre a execução orçamentária de verbas indenizatórias, principalmente em casos com vínculos diretos entre fornecedores e políticos.

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