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quinta-feira, 28 agosto, 2025
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Senado aprova convocação de Tagliaferro

Por Alexandre Gomes

A Comissão de Segurança Pública do Senado aprovou nesta terça-feira, 26, a convocação de Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele deverá prestar depoimento no dia 2 de setembro, data que coincide com o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF).

O requerimento foi apresentado pelo senador Magno Malta (PL-ES), que justificou a oitiva com base em denúncias de abuso de poder e criação de uma “justiça paralela” no gabinete do ministro Alexandre de Moraes. Tagliaferro é acusado de envolvimento no vazamento de informações sensíveis da gestão de Moraes entre 2022 e 2024.

Atualmente na Itália, Tagliaferro é alvo de um pedido de extradição solicitado pelo Itamaraty a pedido do próprio ministro Moraes.

Relatório internacional reforça suspeitas

O pedido de convocação cita como base o relatório “Arquivos do 8 de Janeiro: por dentro da força-tarefa judicial secreta para prisões em massa”, produzido pelo jornalista americano Michael Shellenberger e publicado pela organização internacional Civilization Works.

Segundo Malta, o material reúne documentos, áudios e transcrições que revelariam “graves indícios de violação de garantias fundamentais, abuso de poder, usurpação de competências institucionais e a montagem de um esquema paralelo de persecução penal, centralizado no gabinete de Alexandre de Moraes”.

Para o senador, as revelações são “de extrema gravidade” e reforçam a necessidade de o Senado cumprir seu papel de fiscalização diante de indícios de que parte do Judiciário estaria atuando fora dos limites constitucionais.

Acusações contra Tagliaferro

A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Tagliaferro de:

  • violação de sigilo funcional,
  • coação no curso do processo,
  • obstrução de investigações,
  • tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Em abril, a Polícia Federal já havia indiciado o ex-assessor no caso conhecido como “Vaza Toga”, que trata da divulgação de diálogos sigilosos entre servidores do TSE e do STF.

Tagliaferro, por sua vez, nega as acusações. Nas redes sociais, afirma ser alvo de perseguição política e anunciou que pretende denunciar Alexandre de Moraes no Parlamento Europeu, alegando possuir provas contra o ministro.

Um depoimento explosivo

O depoimento de Tagliaferro promete ser um dos momentos mais tensos da atual legislatura. O caso escancara a crescente pressão entre Senado e Judiciário, com parlamentares acusando a cúpula do STF e do TSE de agir sem transparência e de ultrapassar os limites constitucionais.

Se confirmadas as denúncias levantadas pelo relatório internacional e reforçadas pelas falas do ex-assessor, a audiência pode abrir uma nova frente de desgaste político para Alexandre de Moraes, justamente no momento em que o STF julga Bolsonaro.

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