A viagem fora de época do ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência, acompanhado por três servidores para o “Pré-Caju” em Aracaju, teve um custo de R$ 18,5 mil, conforme dados do Portal da Transparência. Os recursos foram solicitados pelo próprio ministro, como indicado na observação anexada à viagem.
A secretária-executiva da pasta, Maria Fernanda Ramos Coelho, renunciou ao cargo após se recusar a aprovar as viagens, conforme revelado pelo colunista do GLOBO Lauro Jardim. A viagem ocorreu entre 3 e 5 de novembro de 2023, durante o “Pré-Caju”, uma festa fora de época que atraiu diversos políticos do estado, base eleitoral do ministro, que participou da folia nos três dias.
No pedido de concessão de diárias e passagens, a justificativa para convocar os servidores era uma agenda do Instituto Renascer para Vida (Revida). O ministro compartilhou em suas redes sociais cinco publicações durante o Pré-Caju, destacando momentos e a importância do evento.
Uma servidora, cuja viagem custou R$ 6,6 mil, ficou encarregada da “cobertura audiovisual” da agenda na ONG, enquanto outra servidora representava o ministro. A Secretaria-Geral da Presidência informou em nota, que abriu uma sindicância para apurar os fatos e destacou que a exoneração da secretária-executiva ocorreu por questões pessoais, sem tratativas sobre passagens ou diárias entre ela e o ministro.
Nesta quarta-feira, o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) protocolou uma representação solicitando que o TCU investigue a viagem do ministro. O subprocurador-geral Lucas Furtado pediu que o TCU adote as medidas necessárias para investigar “possíveis condutas atentatórias à moralidade administrativa” no uso de verbas públicas para a compra de passagens, indicando a possibilidade de desvio de finalidade no uso de recursos públicos.
