O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a liderança rotativa do Brics com um discurso ambicioso e pautas que refletem sua visão de um mundo multipolar, mais distante da hegemonia ocidental.
No entanto, críticos apontam que sua agenda arriscada, marcada por alinhamentos com regimes autoritários e posturas anti-Ocidente, pode gerar graves crises internacionais e prejudicar a política externa brasileira.
Apostar na desdolarização e antagonizar os Estados Unidos
Uma das prioridades de Lula é fortalecer o Brics Pay, sistema que permite transações comerciais sem o uso do dólar. Embora a ideia possa beneficiar países do bloco, ela se alinha diretamente aos interesses de China e Rússia, que buscam minar a moeda americana. Tal postura já gerou críticas contundentes de figuras como Donald Trump, que ameaçou impor tarifas punitivas a nações que desdolarizem. Ao insistir nessa agenda, Lula arrisca deteriorar as relações comerciais com os Estados Unidos, principal parceiro econômico do Brasil, em troca de ganhos simbólicos para o Brics.
Facilitar o acesso da Rússia à tecnologia de IA
Lula defende que o Brics discuta governança e desenvolvimento da inteligência artificial, mas especialistas alertam que essa pauta pode ser usada pela Rússia para contornar sanções internacionais e fortalecer sua máquina de guerra. A aproximação com Moscou, que utiliza IA em operações militares contra a Ucrânia, coloca o Brasil na contramão de esforços globais para conter abusos tecnológicos. Para críticos, ao priorizar os interesses russos e chineses, Lula desconsidera os riscos de envolvimento em disputas geopolíticas.
Fortalecer o eixo autoritário e isolar o Brasil do Ocidente
Desde o início de seu mandato, Lula tem feito declarações favoráveis ao chamado Sul Global, frequentemente criticando os Estados Unidos e a União Europeia. Ao adotar uma postura simpática a regimes autoritários, como os da Rússia, China e Irã, Lula coloca em xeque décadas de política externa brasileira, tradicionalmente pautada pela neutralidade e diálogo. Essa guinada ideológica pode afastar o Brasil das democracias ocidentais, comprometendo parcerias comerciais e investimentos estratégicos.
Transformar o Brics em ferramenta anti-Ocidente
Lula propôs fortalecer institucionalmente o Brics, mas críticos enxergam nisso um passo para consolidar o bloco como um instrumento de oposição ao Ocidente. Sob a liderança ideológica sino-russa, o Brics já apresenta uma narrativa antiamericana. Ao reforçar essa linha, o governo brasileiro pode contribuir para a fragmentação do sistema internacional, dificultando negociações comerciais e prejudicando a imagem do Brasil como país conciliador.
Criar uma crise diplomática com a visita de Putin
Uma das maiores polêmicas será a possível visita de Vladimir Putin ao Brasil durante a cúpula do Brics. Com um mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra, o Brasil, como signatário do Tratado de Roma, teria a obrigação legal de detê-lo. Lula já sinalizou que não cumpriria a decisão do TPI, o que geraria uma grave crise diplomática com as democracias ocidentais e comprometeria o Brasil no cenário internacional. Ao insistir em uma aproximação com Putin, Lula corre o risco de transformar o país em um pária global.
As decisões de Lula à frente do Brics podem trazer consequências desastrosas para o Brasil. Ao privilegiar os interesses de China e Rússia e se afastar das nações democráticas, o presidente coloca em risco a posição estratégica do país. Em vez de fortalecer a política externa brasileira, sua gestão no bloco pode isolá-lo e agravar tensões globais, comprometendo interesses nacionais em nome de alianças questionáveis.