Os Correios enfrentam a pior crise financeira de sua história, com um rombo de R$ 3,2 bilhões em 2024, superando o prejuízo recorde de R$ 2,1 bilhões registrado em 2015. A situação se agrava ainda mais com a projeção de um déficit de R$ 5 bilhões em 2025, considerando que apenas nos dois primeiros meses do ano a estatal já acumula um prejuízo de R$ 1 bilhão. A informação foi divulgada pelo jornalista Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
O montante representa metade do déficit total das 20 estatais federais classificadas como “não dependentes” do Tesouro Nacional, que chegou a R$ 6,3 bilhões. Em documentos internos, a própria direção dos Correios já admitiu o risco de “insolvência”, ou seja, a incapacidade da empresa de arcar com suas obrigações financeiras.
Risco de calote e intervenção externa
Com a possibilidade real de insolvência, os Correios podem enfrentar dificuldades para pagar fornecedores, honrar salários e manter operações essenciais. Para evitar um colapso, a estatal precisaria adotar medidas drásticas ou contar com uma intervenção externa, o que, na prática, significaria o uso de dinheiro público para cobrir os prejuízos.
A gestão da empresa tentou frear a crise implementando um teto de gastos, suspendendo contratações temporárias e renegociando contratos. No entanto, o buraco nas contas da estatal continua crescendo, sem uma solução à vista.
A crise nos Correios reacende o debate sobre a necessidade de privatização da empresa, que há anos opera com dificuldades financeiras e enfrenta a concorrência crescente do setor privado. Sem mudanças estruturais, o futuro da estatal segue incerto, e o risco de um novo socorro financeiro pelo governo aumenta a preocupação entre especialistas e contribuintes.