O presidente do Senado e do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, fez recentemente uma declaração contundente sobre as eleições na Venezuela. Ele acusou o governo de Nicolás Maduro de se afastar dos princípios democráticos ao não demonstrar “com clareza” os valores de lisura e transparência no processo eleitoral. Pacheco também rejeitou a ideia de ser “seletivo” ou “casuístico” na defesa do regime político.
“Em uma democracia, a lisura e a transparência do processo eleitoral são fundamentais para garantir a vontade do povo. O governo da Venezuela falhou em demonstrar esses valores com clareza. A defesa da democracia não admite seletividade ou casuísmo. Toda violação deve ser denunciada, independente de quem a pratique”, afirmou Pacheco em nota oficial.
Até o momento, o governo Lula tem sido cauteloso em sua resposta à declaração do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, que anunciou a reeleição de Maduro, uma decisão contestada pela oposição venezuelana e por grande parte da comunidade internacional. Nesta segunda-feira, o Itamaraty emitiu um comunicado solicitando a publicação dos dados desagregados por mesa de votação, apontando que isso é essencial para garantir a transparência e legitimidade do processo eleitoral. A nota não confirmou a vitória de Maduro.
Além disso, o ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial de Lula, foi enviado a Caracas para acompanhar o processo eleitoral. Desde sua chegada na última sexta-feira, Amorim também tem evitado se posicionar sobre a reeleição de Maduro e afirmou à colunista de VEJA Marcela Rahal que “ainda é cedo” para o Brasil se manifestar sobre as eleições.
O PT, por sua vez, divulgou uma nota na noite de segunda-feira confirmando a vitória de Maduro, descrevendo o processo como uma “jornada importante, democrática e sóbria”. O partido expressou confiança de que o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela tratará todos os recursos de acordo com a Constituição do país.