Um relatório divulgado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro revela que, no período entre 2021 e 2023, mais de 100 líderes do crime organizado, representando diversas organizações criminosas originárias do estado, foram detidos pelas forças de segurança estaduais.
O documento, ao qual a CNN teve acesso, destaca que a última gestão direcionou mais de R$ 2,5 bilhões em investimentos para tecnologia, inteligência e treinamento. Os resultados obtidos se estendem até o ano de 2024, conforme indicado no relatório, que ressalta a prisão de “importantes lideranças da milícia de Curicica e do tráfico de drogas da Vila Kennedy”.
O secretário de estado da Polícia Civil, delegado Marcus Amim, enfatizou o papel crucial desempenhado pelos líderes de grupos criminosos e abordou as prisões, afirmando: “Líder de uma facção não é um cargo qualquer. No tráfico, o criminoso que ocupa essa posição possui conhecimento sobre a compra de drogas e armas, não sendo líder por acaso. Muitas vezes, o indivíduo tem crédito, facilitando a aquisição de drogas de forma consignada. Retirar um indivíduo desse núcleo causa um impacto significativo na organização.”
O estudo também realça a redução da letalidade policial no estado do Rio de Janeiro ao longo do ano de 2023. De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), houve uma diminuição significativa de 35% nas mortes decorrentes de intervenção de agentes do Estado, com 461 mortes a menos em comparação com 2022.
O coronel Luiz Henrique Marinho Pires, Secretário de Estado de Polícia Militar, destacou as ações da Polícia Militar, salientando que, somente em 2023, foram efetuadas mais de 32.000 prisões, apreendidos mais de 4.200 adolescentes envolvidos com a criminalidade, e retiradas das ruas mais de 5.800 armas de fogo.
No âmbito do combate ao tráfico internacional de drogas, o relatório registra prisões de traficantes que mantêm vínculos com narcotraficantes de países produtores, visando a introdução de drogas no Brasil. Nomes proeminentes, como Miguel Ángel Insfrán do Paraguai e Andreza Cristina Lima Leitão, conhecida como Bibi Perigosa, foram detidos.
O documento também menciona a atuação contra a milícia, com as prisões de Wellington da Silva Braga, conhecido como Ecko, ex-chefe da maior milícia do estado, e Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho. Rodrigo dos Santos, conhecido como Latrell, outro integrante importante da milícia, foi preso em São Paulo. O delegado Victor dos Santos, secretário de Segurança Pública do Rio, comentou sobre as prisões, ressaltando a importância de desestruturar as organizações criminosas desde a base até a liderança.