Levantamento do Instituto Opinião expõe insatisfação crescente com o atual governo e reforça legado positivo do ex-presidente Jair Bolsonaro
A popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue em queda livre. De acordo com pesquisa do Instituto Opinião, divulgada nesta semana, apenas 35,7% dos brasileiros consideram o governo petista melhor do que a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Por outro lado, 41,5% avaliam que o Brasil está pior hoje do que durante o mandato de Bolsonaro, e outros 17% enxergam as duas gestões como equivalentes.
Os números expõem o fracasso de Lula em cumprir suas promessas de mudança, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, onde a rejeição é esmagadora. O contraste com o governo Bolsonaro, que enfrentou duras campanhas midiáticas e ainda assim manteve apoio firme, é gritante.
“Essa comparação direta com Bolsonaro é um termômetro importante. Lula ainda não conseguiu consolidar uma percepção clara de mudança positiva, especialmente fora do Nordeste”, explica Arilton Freres, sociólogo e diretor do instituto.
Reprovação alta e imagem pública em deterioração
O cenário é ainda mais alarmante para o Planalto quando se avalia a percepção geral do governo: 42,1% classificam a administração Lula como ruim ou péssima. A aprovação caiu para 27,8%. Ou seja, a maior parte da população não enxerga nenhum avanço significativo desde que Lula retornou ao poder.
A rejeição ao petista é especialmente intensa entre os homens (60,9%) e brasileiros com renda superior a cinco salários mínimos (62,3%) — justamente os que mais produzem, empregam e movimentam a economia do país.
Além disso, 47,9% dos brasileiros consideram a imagem pública de Lula negativa, contra apenas 30,5% que enxergam o presidente de forma positiva. Os dados indicam que, para muitos, o “Lulinha paz e amor” de outrora virou um chefe de Estado distante, ideológico e sem soluções reais para os problemas urgentes da nação.
Bolsonaro: um governo que deixou saudade
Mesmo com uma oposição feroz da grande mídia e do sistema, Jair Bolsonaro mantém um legado forte junto à população, especialmente pela sua postura firme, defesa da liberdade e pelo enfrentamento de crises como a pandemia e os desafios econômicos globais — tudo sem afundar o país em populismo fiscal e discurso vazio.
“O povo está acordando. Eles veem agora a diferença entre um presidente que trabalhava e um que vive de palanque. Bolsonaro enfrentava os problemas de frente. Lula terceiriza culpa, revive inimigos imaginários e tenta empurrar ideologia goela abaixo”, disse um apoiador ouvido pela reportagem.
Medidas pontuais não salvam avaliação geral
Embora algumas medidas pontuais do governo Lula, como o programa Celular Seguro (80,3% de aprovação) e a proposta de isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil (76,2%), tenham boa aceitação, elas não têm sido suficientes para mudar a imagem geral do governo, que é percebido como ineficiente, inchado e desconectado da realidade do povo.
Iniciativas como a Lei da Reciprocidade, por exemplo, enfrentam forte rejeição (41,5%) e são vistas como retaliações ideológicas em vez de políticas eficazes de comércio exterior.
Lula perde narrativa e credibilidade
A pesquisa escancara uma realidade que os simpatizantes do governo tentam esconder: o “lulismo” perdeu o encanto e não entrega os resultados esperados. O ex-presidente Jair Bolsonaro, mesmo fora do poder, segue vivo na memória e na preferência de milhões de brasileiros, enquanto Lula luta para manter a narrativa de que representa o futuro — quando, para muitos, já representa o passado.
A mensagem das ruas e das pesquisas é clara: o Brasil quer menos discurso e mais ação. E, se depender do sentimento popular atual, a comparação com Bolsonaro continuará sendo um fardo difícil de carregar para o Palácio do Planalto.
