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sexta-feira, 25 julho, 2025
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Repasses do governo Lula a empresa investigada pela PF superam R$ 10 bilhões

Por Alexandre Gomes

Contratos bilionários com a LCM Construção dispararam em 2023, primeiro ano da nova gestão petista; PF apura esquema de fraudes e lavagem de dinheiro no Amapá

O governo Lula (PT) está no centro de uma nova controvérsia envolvendo o uso de recursos públicos. A Polícia Federal (PF) investiga um suposto esquema de fraudes em licitações e lavagem de dinheiro com participação da empresa LCM Construção e Comércio, que, apenas em 2023, recebeu mais de R$ 10 bilhões em contratos da administração federal. O montante é o maior registrado pela empresa desde que começou a firmar acordos com o governo, segundo dados do Portal da Transparência.

A empresa, que tem histórico de recebimentos desde 2014, acumula contratos que somam mais de R$ 23 bilhões com diferentes órgãos federais em vários Estados. O crescimento exponencial da LCM ocorre justamente após o fim da Operação Lava Jato e em um cenário de retomada do aparelhamento estatal — marca registrada dos governos petistas.

Enquanto o governo de Jair Bolsonaro (PL) firmou contratos com a empresa no valor total de R$ 6,9 bilhões ao longo de quatro anos, apenas em 2023, o governo Lula assinou acordos que ultrapassam os R$ 10 bilhões. Para críticos, os números escancaram o retorno do “modelo petista de fazer política”, com liberações bilionárias para empresas ligadas a esquemas investigados, muitas vezes sem transparência adequada.

Alvo da PF e ostentação de luxo

A LCM se tornou alvo direto da PF nesta terça-feira (22), em operação que mirou seu presidente, Luiz Otávio Fontes Junqueira. Os agentes apreenderam três veículos de luxo da marca Porsche em sua casa, localizada em Nova Lima (MG). Segundo a Justiça Federal, Junqueira teria se beneficiado de licitações direcionadas e comandado um esquema de lavagem de dinheiro, incluindo saques fracionados que somam R$ 680 mil.

Os contratos mais recentes da empresa incluem serviços emergenciais nas rodovias BR-470 (RS) e BR-235 (BA), além de cinco contratos no Amapá — foco da investigação — que, juntos, somam R$ 192 milhões entre 2021 e 2024.

A LCM também recebeu aproximadamente R$ 418 milhões oriundos de emendas parlamentares, dos quais R$ 71 milhões vieram do polêmico “orçamento secreto” — mecanismo de distribuição de recursos que já foi condenado por entidades de controle por sua falta de transparência.

Enquanto o Planalto evita comentar o caso, opositores questionam a escalada de contratos com empresas suspeitas e a falta de mecanismos rígidos de controle. Para eles, a gestão Lula repete velhos padrões: alianças escusas, recursos públicos em jogo e grandes obras se transformando em escândalos.

Governo silencia, empresa nega irregularidades

Em nota, a LCM afirmou que “não houve qualquer irregularidade nos processos licitatórios e na execução dos contratos” e disse que tanto a empresa quanto seu presidente estão à disposição da Justiça para esclarecer os fatos.

Até o momento, o governo federal não se pronunciou sobre os contratos bilionários com a LCM ou sobre o envolvimento da empresa em investigações por suspeita de corrupção — um silêncio que, para muitos, ecoa o passado de escândalos que marcaram os governos anteriores do PT.

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