Trocas de mensagens entre o gabinete de Alexandre de Moraes no STF e a equipe do combate à desinformação do TSE revelam que, em diversos casos, os alvos das investigações foram escolhidos diretamente por Moraes ou por seu juiz assessor.
Os diálogos também sugerem que os relatórios eram ajustados quando não atendiam às expectativas do gabinete do STF, sendo em alguns casos adaptados para justificar ações já previamente determinadas, como multas ou bloqueios de contas e redes sociais.
Essas conversas, obtidas pela Folha de S.Paulo, envolvem o juiz instrutor Airton Vieira, o juiz auxiliar Marco Antônio Vargas e Eduardo Tagliaferro, então chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, órgão sob comando de Moraes.
O gabinete de Moraes afirmou que “todos os procedimentos foram oficiais, regulares e devidamente documentados”, enquanto Tagliaferro declarou que “cumpria ordens” e negou ter cometido qualquer ilegalidade.
Em uma das mensagens, Vieira solicita a Tagliaferro que identifique “revistas golpistas” para desmonetizar nas redes sociais, mencionando especificamente a revista Oeste. Mesmo com a resistência de Tagliaferro, a ordem para ajustar os relatórios continuou, com orientação de usar “criatividade” para criar o material.
Outros alvos das ações incluem o deputado Eduardo Bolsonaro e figuras da direita nas eleições de 2022.
Informações da Folha.
