Alfredo Gaspar afirma que fraude pode superar em nove vezes o esquema dos “descontos associativos”
O deputado Alfredo Gaspar (União-AL), relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, afirmou que há indícios de um escândalo de proporções ainda maiores do que o esquema dos “descontos associativos”. Segundo ele, as irregularidades envolvendo empréstimos consignados podem ter causado prejuízo superior a R$ 90 bilhões aos aposentados e pensionistas.
A declaração foi feita durante entrevista ao podcast Diário do Poder. Gaspar disse que, embora as investigações atuais já tenham identificado cerca de R$ 10 bilhões desviados por meio de descontos ilegais em benefícios, os números relacionados aos consignados são “assustadores”.
“Eu espero que a gente não encontre o desastre que encontramos nesses descontos associativos”, afirmou o parlamentar. “Mas os dados preliminares apontam para algo muito grave, que pode ultrapassar R$ 90 bilhões.”
Investigações devem avançar após o recesso
Gaspar adiantou que a CPMI deve aprofundar as investigações sobre consignados a partir de fevereiro de 2025, após o recesso legislativo. Segundo ele, essa será a “segunda fase” dos trabalhos.
O deputado não descartou a criação de uma CPI exclusiva dos consignados, mas disse considerar o mecanismo desnecessário caso a CPMI do INSS seja prorrogada.
Possível envolvimento de instituições financeiras
O relator também afirmou que há fortes indícios de participação de bancos no suposto esquema. Segundo Gaspar, as instituições financeiras teriam permitido, facilitado ou se beneficiado de operações fraudulentas que resultaram em endividamento indevido e prejuízo bilionário aos segurados do INSS.
“Eu tenho a expectativa do envolvimento dos bancos nessa falcatrua [dos consignados]”, declarou.