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terça-feira, 24 setembro, 2024
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Racha no PT: Senadores criticam reconhecimento de Maduro como reeleito

Por Marina B.

Os senadores Fabiano Contarato (PT-ES), Randolfe Rodrigues (PT-AP) e Paulo Paim (PT-RS) se manifestaram contra a proclamada reeleição do ditador venezuelano Nicolás Maduro, que foi reconhecida pelo próprio partido deles. A nota divulgada pelo PT na semana passada, que chamou a eleição de “democrática e soberana”, gerou divisões internas significativas.

Na última segunda-feira (29), o partido emitiu um comunicado saudando o povo venezuelano e endossando a vitória de Maduro, conforme anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela. No entanto, essa posição não foi unânime entre os membros do partido.

Fabiano Contarato, um dos militantes mais fervorosos do PT, declarou que o partido é “diverso e aberto a várias correntes de opinião”, mas que, nesse caso, a postura cautelosa foi perturbada diante das “investidas autoritárias do regime contra as oposições”, conforme relatado ao Estadão. Ele ainda afirmou nas redes sociais que “o resultado das eleições venezuelanas não merece reconhecimento da comunidade internacional enquanto as exigências mínimas de transparência não forem adequadamente atendidas”.

Randolfe Rodrigues, colega de Contarato no Senado e membro recente do PT, criticou a eleição como sendo “sem idoneidade”, argumentando que “os resultados não são passíveis de certificação” e que a ausência de observadores internacionais é um indicativo de falta de legitimidade, segundo uma entrevista à CNN Brasil. Rodrigues chamou o regime de “autoritário” e declarou que “tanto Maduro quanto a oposição carecem de legitimidade”.

O senador Paulo Paim também compartilhou uma visão crítica, considerando a situação na Venezuela como “gravíssima e lamentável”. Ele ressaltou que “sem transparência no processo eleitoral, liberdade política e de expressão, e respeito aos direitos humanos, não há democracia”, conforme postou em uma rede social.

Deputados do PT, como Reginaldo Lopes (PT-MG), Camila Jara (PT-MS) e Bohn Gass (PT-RS), também discordaram da posição oficial do partido.

Apesar das divisões internas, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, minimizou a situação, afirmando que a nota que autorizou a reeleição de Maduro foi “moderada” e “nada efusiva”, em entrevista ao G1. Gleisi explicou que confia no trabalho do CNE e que o partido “não é o Estado ou a Justiça Eleitoral” para exigir a divulgação oficial das atas de votação antes de formar um julgamento. “É da vida, não vamos nos omitir”, concluiu.

O presidente nacional do PT também comentou que não discutiu a nota com o presidente Lula, mas apenas com o partido. Lula, por sua vez, afirmou em entrevista à TV Centro América, afiliada da TV Globo, que o PT tem autonomia e não precisa de sua aprovação para suas decisões. “O PT faz o que considera certo, e eu considero que, quando as atas forem apresentadas e reconhecidas como verdadeiras, todos nós temos a obrigação de considerar o resultado eleitoral na Venezuela”, disse Lula.

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