A indefinição sobre o futuro de Paulo Pimenta, atual secretário de Comunicação do governo Lula, está causando desconforto no PT e na base aliada. Petistas esperam que o presidente Lula esclareça o destino de Pimenta, que pode deixar o cargo para assumir um novo posto no Congresso, mas as opções ventiladas geram descontentamento interno e entre aliados.
Entre os cenários cogitados, Pimenta poderia ocupar a liderança do PT ou a liderança do governo na Câmara. Contudo, qualquer escolha promete gerar atritos. Caso assuma a liderança petista, Pimenta desbancaria Lindbergh Farias (RJ), que já se comporta como “futuro líder”. Por outro lado, a troca de José Guimarães (PT-CE) na liderança do governo é igualmente problemática, pois o deputado tem bom trânsito na Câmara e apoio de setores estratégicos.
Disputa interna no PT
A indefinição sobre as lideranças reflete um racha interno no PT. Guimarães é apadrinhado de Gleisi Hoffmann (PR) e visto como um possível sucessor dela na presidência do partido. No entanto, aliados de Lula preferem Edinho Silva para o comando do PT, o que adiciona mais um capítulo à disputa por espaços de poder na sigla.
Além disso, partidos que compõem a base de sustentação do governo têm pressionado por maior representatividade. Atualmente, as lideranças estão nas mãos de petistas, o que gera críticas de aliados que reivindicam mais espaço e cargos estratégicos.
Enquanto isso, a cúpula petista opta por aguardar. A próxima reunião ministerial, prevista para este mês, será crucial para medir a temperatura política e definir os próximos passos. Até lá, a orientação interna é evitar confrontos diretos, mas os sinais de insatisfação continuam a crescer.
As movimentações envolvendo Pimenta e as lideranças do Congresso evidenciam as dificuldades de Lula em equilibrar interesses dentro do PT e manter a coesão de sua base aliada. A gestão das lideranças será um teste crucial para a estabilidade política do governo e sua capacidade de avançar com pautas prioritárias no Legislativo.
