O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, enfrenta críticas crescentes tanto da imprensa quanto do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Reconhecido por sua postura crítica em relação ao desempenho da comunicação do governo, Lula frequentemente atribui os fracassos na imagem do atual governo à área liderada por Pimenta, o que tem alimentado rumores sobre uma possível troca no comando da Secom.
Com o futuro de Pimenta no cargo em xeque, aliados do ministro intensificam esforços para minar a reputação de possíveis substitutos. Os alvos principais incluem Brunna Rosa, estrategista ligada à primeira-dama Janja da Silva, e Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara (SP) e ex-ministro da Secom durante o governo Dilma Rousseff.
Brunna Rosa, que assumiu as redes sociais de Janja, é criticada nos bastidores por sua ligação com campanhas políticas na Venezuela, associadas aos regimes de Hugo Chávez e Nicolás Maduro. A narrativa tenta associá-la a um histórico controverso, enquanto se busca enfraquecer sua posição como aliada de Janja no núcleo estratégico da comunicação do governo.
Já Edinho Silva desponta como uma opção mais consolidada, desfrutando de boa relação com Lula. Edinho foi peça chave durante a crise política do início do ano, quando Lula buscou refúgio em Araraquara após os atos de 8 de janeiro. Sua experiência anterior na Secom e o respeito dentro do PT o tornam um forte candidato para suceder Pimenta.
Outro nome ventilado para o posto é o do marqueteiro Sidônio Palmeira, que ganhou destaque ao orientar estratégias para aproximar Lula do eleitorado evangélico durante a campanha presidencial de 2022. Sua experiência no marketing político e habilidade em dialogar com diferentes públicos o colocam como uma alternativa viável caso Pimenta deixe o cargo.
Paulo Pimenta enfrenta o desafio de reverter a percepção de que a comunicação do governo tem falhado em transmitir suas conquistas e combater críticas da oposição. A gestão da Secom tem sido alvo de descontentamento constante, tanto pelo desempenho nas redes sociais quanto pela relação com a imprensa tradicional.
Nos bastidores, aliados de Pimenta argumentam que ele ainda tem condições de ajustar a estratégia de comunicação do governo, mas admitem que as pressões internas e externas tornam sua permanência uma luta diária.
A disputa pela liderança da Secom reflete a complexidade do jogo político dentro do governo Lula. A posição é estratégica, dada a importância da comunicação na construção da narrativa governamental em um contexto de polarização política e crescente demanda por respostas rápidas às críticas.
Enquanto Pimenta tenta consolidar sua posição, os possíveis sucessores se movimentam nos bastidores. A decisão final, contudo, dependerá de Lula, que deve avaliar tanto a capacidade de gestão quanto a habilidade de lidar com o desgaste político que as mudanças podem trazer.