Conforme divulgado pelo O Antagonista, no Banco do Brasil, uma série de eventos que despertam suspeitas recentemente chamaram a atenção. Após décadas de disputa judicial e uma proposta de acordo previamente rejeitada pela diretoria, uma demanda de grande porte encontrou uma rápida solução sob a gestão da presidente Tarciana Medeiros, apoiada por figuras influentes do MDB como o senador Veneziano Vital do Rêgo e seu pai, o ministro do TCU Vital do Rêgo. Documentos obtidos pela Crusoé revelam que em apenas 74 dias, entre 30 de junho e 12 de setembro de 2023, um acordo de R$ 600 milhões foi elaborado e aprovado pelo Conselho Diretor do Banco do Brasil.
O processo, entretanto, ocorreu apesar de alertas internos. Um parecer jurídico confidencial apontou o risco de a transação ser vista como uma manobra para evitar pagamentos de débitos fiscais, trabalhistas e honorários advocatícios, beneficiando exclusivamente a família do empresário maranhense Antônio Celso Izar, que até pouco antes contava com o emedebista Edison Lobão, ex-ministro de Lula e Dilma Rousseff, como um dos sócios.
A composição entre o Banco do Brasil e o Grupo Caiman foi duramente criticada por ex-executivos da instituição, que a consideraram, além de questionável moralmente, prematura devido à existência de possíveis recursos judiciais pendentes. Além disso, a influência de políticos de Brasília, incluindo Lobão e outros, que fizeram lobby pela conclusão do acordo, foi mencionada como um fator significativo. Em 2022, as resistências ao acordo levaram membros da base governamental a solicitar demissões na alta cúpula do banco ao então ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e ao presidente Jair Bolsonaro.
