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sábado, 21 setembro, 2024
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Queimadas: Lula enfrenta críticas por falta de ação e contradições no combate ao fogo

Por Marina B.

Com as queimadas atingindo níveis históricos em São Paulo, Pantanal e Amazônia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) optou por lançar dúvidas em vez de assumir falhas do governo federal. No domingo (25), Lula focou em controlar os milhares de focos de incêndio e ordenou à Polícia Federal (PF) que investigasse os responsáveis, enquanto atribuiu a tragédia às mudanças climáticas. No entanto, o presidente evitou abordar o corte de recursos em prevenção e combate a incêndios, que já se fazia sentir desde o início de sua gestão.

A postura de Lula gerou críticas, principalmente por parte da oposição, que aponta uma contradição com uma das principais promessas de sua campanha: a proteção ambiental. O presidente, que criticou duramente as queimadas durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) e prometeu uma abordagem mais eficaz, agora enfrenta uma situação mais grave em seu próprio governo, optando por justificativas evasivas.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que, de 1º de janeiro a 23 de agosto de 2024, o Brasil registrou 102.670 focos de queimadas, o maior número para o período em 14 anos, com cerca de metade ocorrendo na Amazônia. A extensão da área queimada ultrapassou 113 mil quilômetros quadrados no primeiro semestre, superando qualquer registro anterior de 17 anos.

O senador Márcio Bittar (União Brasil-AC) criticou a postura do governo, destacando a hipocrisia de Lula e da ministra Marina Silva. “O Brasil está coberto de fumaça e nunca enfrentou tantas queimadas. Lula e Marina não têm mais a quem culpar, e agora atribuem tudo ao aquecimento global e ao El Niño”, declarou Bittar.

O deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) também criticou a incoerência nas ações de Lula e Marina Silva. “É lamentável ver o presidente e a ministra, que criticaram Bolsonaro pelas queimadas, agora se esquivando da responsabilidade e buscando desculpas. Isso demonstra a hipocrisia do governo atual”, afirmou Nogueira.

A postura de Lula pode resultar em uma nova crise com o agronegócio, especialmente se a ministra Marina Silva insistir na ideia de crimes orquestrados como o “dia do fogo”, referência a 10 de agosto de 2019, quando ocorreram queimadas simultâneas em várias propriedades rurais. A ministra suspeita que o fenômeno esteja se repetindo.

O aumento das queimadas pode levar a prejuízos significativos para o setor agrícola. Em São Paulo, as perdas são estimadas em R$ 1 bilhão, segundo o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

A ministra Silva expressou preocupação com a situação em São Paulo e alegou que a situação poderia ser ainda pior sem a preparação inicial do governo para o aumento das queimadas, embora tenha negado qualquer falha. No entanto, o orçamento para combate a incêndios foi reduzido em cerca de 50% no Orçamento de 2024. O Ibama havia solicitado R$ 120 milhões para essa tarefa, mas o governo alocou apenas R$ 50 milhões.

A Polícia Federal já instaurou 31 inquéritos para investigar as causas dos incêndios e outras investigações podem ser abertas. O presidente Lula, ao visitar o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), em Brasília, afirmou que não encontrou evidências de incêndios causados por raios, sugerindo que os incêndios são intencionalmente provocados. A PF foi instruída a investigar e o governo promete colaborar com os estados no combate aos incêndios.

Apesar das promessas de proteger o meio ambiente e das críticas ao governo Bolsonaro, Lula tem enfrentado dificuldades para lidar com o aumento das queimadas, especialmente na Amazônia. O presidente também pediu mais apoio dos países desenvolvidos para enfrentar as mudanças climáticas, mas a oposição aponta que suas falhas são evidentes.

“Lula bateu mais um recorde e, sob sua gestão incompetente, o país está em chamas”, protestou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). A deputada Bia Kicis (PL-DF) e a deputada Sílvia Waiãpi (PL-AP) também cobraram de ecologistas e celebridades a mesma intensidade de protestos que houve durante o governo anterior.

No interior de São Paulo, os incêndios registrados nos últimos dias destruíram 59 mil hectares de lavouras de cana-de-açúcar, com perdas estimadas em mais de R$ 350 milhões. O governo paulista afirma ter controlado a situação a partir de segunda-feira (26) e está investigando as responsabilidades. A polícia prendeu três suspeitos, incluindo um homem de 42 anos que afirmou ser membro da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) e foi preso por atear fogo em uma mata.

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