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quinta-feira, 19 setembro, 2024
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“Que você não sinta a dor que eu estou sentindo”: Viúva de Clezão, preso dos atos de 8 de janeiro reage a discurso de deputado

Por Marina B.

Durante a sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta quarta-feira, 11, Edjane Duarte, viúva de Clériston Pereira da Cunha, conhecido como Clezão, reagiu de forma exaltada ao discurso do deputado federal Túlio Gadelha (Rede-PE). Clezão morreu em 20 de novembro de 2023 no Complexo Penitenciário da Papuda, onde cumpria pena por participação nos atos de 8 de janeiro.

“A culpa é de vocês, que não fazem o trabalho direito”, declarou Edjane ao deputado. “A culpa é sua, a culpa é da esquerda. Meu esposo não volta mais, e vocês seguem falando de uma narrativa que não existe. Vou sempre lutar pelo Clezão. O Jorginho é um senhor que está morrendo, e muitas outras famílias ainda vão sofrer o que eu sofro.”

Na ocasião, a comissão discutia a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 8/21, que busca limitar decisões monocráticas do Supremo Tribunal Federal (STF). Também havia a expectativa de tratar o projeto de lei que propõe a anistia dos presos dos atos de 8 de janeiro, mas a falta de votos adiou o debate para depois das eleições de outubro.

Túlio Gadelha, em sua fala, afirmou que os eventos de 8 de janeiro configuraram uma tentativa de golpe, pois os manifestantes exibiam cartazes pedindo intervenção militar e a destituição de ministros do STF. Ele argumentou: “Naquele dia, invadiram o Congresso com o intuito de tomar o poder. Foi dito que, sem força, o movimento não seria golpista. Mas, assim como numa tentativa de homicídio, a força não precisa estar presente para configurar a tentativa.”

Gadelha falou às esposas dos detidos nos atos de 8 de janeiro, presentes na sessão: “Fico com o coração partido ao ver essas senhoras pedindo liberdade para seus esposos. Muitas vezes, elas não têm responsabilidade pelos atos dos maridos. O que me indigna é que alguns colegas afirmam que não houve crime, mesmo sem terem estado presentes no 8 de janeiro. Essas pessoas foram presas por tentativa de golpe de Estado.”

Neste momento, Edjane interrompeu a fala do parlamentar para expressar sua dor, dizendo: “Que você não sinta a dor que eu estou sentindo”, acompanhada de sua filha, dirigindo-se a Gadelha.

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