A mais recente pesquisa da Quaest, divulgada nesta quarta-feira (4), trouxe um retrato preocupante para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além de registrar sua maior taxa de reprovação (57%), o levantamento apontou que a população já associa diretamente o atual governo ao escândalo bilionário de corrupção no INSS, que afetou aposentados e pensionistas de todo o país.
De acordo com o instituto, 31% dos entrevistados apontam o governo Lula como o principal responsável pelo esquema de desvio de dinheiro das aposentadorias. Outros 14% responsabilizam diretamente o INSS, enquanto 8% atribuem a culpa a sindicatos e entidades ligadas à trama fraudulenta.
O escândalo, revelado pela Polícia Federal, envolveu servidores públicos e entidades que se apresentavam como sindicatos, realizando descontos ilegais nos benefícios de milhões de aposentados e pensionistas. Estima-se que o esquema tenha movimentado mais de R$ 6 bilhões, deixando uma mancha grave na imagem do sistema previdenciário brasileiro.
Críticas à gestão Lula
Apesar do presidente tentar se isentar da responsabilidade, os dados da pesquisa mostram que a população identifica falhas graves na fiscalização e na condução do governo, principalmente por permitir que entidades suspeitas tivessem acesso a dados sensíveis dos aposentados. O caso expõe a fragilidade do controle interno do INSS e levanta questionamentos sobre a conivência ou omissão do governo federal diante das práticas abusivas.
Além disso, a narrativa de que o governo Lula defende os mais vulneráveis entra em xeque. A denúncia atinge diretamente uma das camadas mais frágeis da sociedade – os aposentados – que tiveram seus benefícios saqueados enquanto enfrentam dificuldades com alta do custo de vida e queda no poder de compra.
O episódio também agrava o desgaste político de Lula, já pressionado por críticas à alta carga tributária, à instabilidade econômica e à sensação de desgoverno em áreas como segurança e infraestrutura. Com a credibilidade abalada, o governo enfrenta agora o desafio de explicar como um esquema tão amplo e duradouro prosperou debaixo de sua gestão – e por que demorou tanto a ser combatido.
Enquanto isso, cresce o apelo por auditorias, transparência e responsabilização de todos os envolvidos, inclusive no mais alto escalão da máquina pública.