Líderes do PT na Câmara dos Deputados antecipam uma possível nova crise entre o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e o governo Lula, que poderá eclodir em 22 de março.
Nesta data, está programada a divulgação do relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas primárias. Caso a receita não atinja as expectativas, o governo será obrigado a contingenciar no orçamento, incluindo as emendas parlamentares.
Os petistas preveem que um eventual contingenciamento das emendas causará a indignação de Lira e dos líderes do Centrão, especialmente por 2024 ser um ano eleitoral, potencialmente gerando um novo conflito entre o Executivo e o Legislativo.
Nos bastidores, membros influentes do PT relembram o discurso de Lira na abertura do ano legislativo, em fevereiro, quando o deputado enfatizou que “o orçamento da União pertence a todos e a todos, não só ao Executivo”.
Um estudo elaborado por consultores de Orçamento da Câmara, a pedido do deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), embasa a preocupação dos petistas com o relatório bimestral. O estudo prevê um corte de R$ 41 bilhões no Orçamento da União ainda neste mês, visando cumprir a meta fiscal do ano.
Até o final do mês, o governo enfrentará várias batalhas no Congresso. A mais significativa é a votação dos vetos presidenciais ao Orçamento, incluindo o veto de Lula a R$ 5,6 bilhões em emendas de comissão.
