Governo evita depoimento de ex-funcionário que acusa Careca do INSS de pagar propina em dinheiro vivo
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrentou críticas na CPMI do INSS após impedir a convocação de Edson Claro, ex-funcionário de Antônio Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS.
Edson é apontado como peça-chave para esclarecer o esquema de desvio de recursos de aposentadorias. Ele relatou à Polícia Federal que o ex-patrão pagava propinas em dinheiro vivo e afirmou ter decidido colaborar com as autoridades depois de sofrer ameaças de morte.
Petistas recuam e levantam suspeitas
O episódio gerou forte reação na comissão. O deputado Rogério Correia (PT-MG) protagonizou uma reviravolta incomum: desistiu do próprio pedido de convocação de Edson, feito 17 dias antes, gerando desconfiança entre os demais parlamentares.
“Chegamos ao cara”, declarou a deputada Adriana Ventura (Novo-SP), criticando a mudança de posição da bancada governista.
Dois vetos em 90 pedidos
Na sessão em que foram analisados 90 requerimentos de convocação e quebra de sigilo, apenas dois foram rejeitados — ambos relativos a Edson Claro.
O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), ex-promotor de Justiça, expressou indignação:
“Testemunha boa é de dentro do esquema”, afirmou, em defesa da oitiva do ex-funcionário.
Oposição promete insistir
Parlamentares da oposição prometem retomar a pressão pela convocação. O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) classificou Edson como peça central para as investigações:
“Não vejo razão para ignorar a testemunha mais importante”, disse. “Vamos insistir na sua convocação.”