Depois de acalorar os ânimos na Assembleia Legislativa nesta terça-feira (25), a indicação legislativa para extinguir o Detro recebeu 12 emendas e foi remetida de volta às comissões da casa. Uma das alterações propõe que as funções atualmente desempenhadas pelo departamento sejam transferidas para a Agetransp.
Embora a proposta ainda precise retornar ao plenário para nova votação, ficou evidente que os parlamentares estão determinados a criticar severamente o órgão, subordinado ao secretário estadual de Transportes, Washington Reis (MDB).
“Sem rodeios: o Detro sempre foi um foco de corrupção e desvio. É um feudo de alguns políticos, usado apenas para empreguismo e arrecadação. Uma verdadeira bagunça”, disparou o deputado Filippe Poubel, autor da indicação.
Rodrigo Amorim (União), ao defender a extinção, destacou que o Detro é uma “aberração existente apenas no Rio de Janeiro”, utilizado para “atropelar o cidadão comum”.
Ele lembrou que o órgão se recusou a colaborar com uma fiscalização da Alerj em Duque de Caxias e criticou o presidente do Detro, Leonardo Matias, por tentar desviar o foco na CPI dos Reboques, ao afirmar que é ligado à família Reis.
A disputa pelo futuro do Detro
Antes mesmo da votação da indicação legislativa, a discussão sobre o tema tumultuou a eleição para a Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa.
Enquanto Amorim, pré-candidato à Prefeitura do Rio, listava uma série de problemas na administração de Eduardo Paes (PSD), Rosenverg Reis (MDB) interrompeu para iniciar uma discussão acalorada sobre o Detro. O debate foi tão intenso que a mesa diretora teve que cortar o microfone dos parlamentares.
No entanto, quando a votação da indicação finalmente ocorreu, já no fim da sessão, Rosenverg não estava presente. Amorim não perdeu a oportunidade de alfinetar o colega ausente.
“Não me surpreende o espetáculo que assisti, com o deputado (Rosenverg) se intrometendo onde não foi chamado. Mal-educado e deselegante, nervoso por conta dessa pauta que, se o bom senso prevalecer, acabaremos com essa vergonha para o povo do Rio, com esse antro de malfeitos chamado Detro”, concluiu Amorim.