A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, retomou suas críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mesmo após a autoridade monetária ter aprovado mais um corte na taxa básica de juros Selic na quarta-feira (20). Hoffmann argumenta que a autoridade monetária está “puxando o freio” da economia ao não implementar uma redução mais agressiva.
“Novamente o BC de Campos Neto está freando a economia, com sua política de reduzir os juros a conta gotas. O país precisa de uma atuação mais ágil do BC para impulsionar o crescimento”, declarou Gleisi em suas redes sociais.
A decisão de redução, aprovada por unanimidade pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, foi a sexta consecutiva e coloca a Selic em seu patamar mais baixo em pouco mais de dois anos, fixada em 10,75% ao ano.
Os cortes, consistentes em 0,50 pontos percentuais cada, têm sido implementados em virtude da “execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária”.
Apesar das reduções contínuas, que foram solicitadas tanto pelo PT quanto pelo governo desde o início da nova gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Gleisi persiste em criticar Campos Neto e já chegou a afirmar, no início do ano, que “ninguém aguenta mais a Selic imposta por ele”.
“O Comitê destaca que o total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução dos índices inflacionários, especialmente dos elementos mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas inflacionárias, especialmente as de longo prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, completou o Banco Central em sua nota explicativa sobre o corte desta quarta-feira (20).