O economista Marcio Pochmann, atual presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), emitiu uma nota na noite desta quarta-feira (16) em resposta às críticas feitas por servidores e pelo sindicato da categoria. As reclamações apontam falta de diálogo com o quadro técnico e o Conselho Diretor, agravando uma crise interna que resultou na saída dos diretores Elizabeth Hypolito e João Hallak Neto, de áreas estratégicas do instituto.
Resposta às acusações
Pochmann classificou as críticas como “ataques infundados” e afirmou que o IBGE poderá acionar a Justiça contra o que chamou de “desinformação e mentiras”.
- Trecho da nota oficial:
“São condenáveis os ataques de servidores e ex-servidores, instituições sindicais e outros que utilizam veículos de comunicação para divulgar mentiras sobre o IBGE.”
O comunicado também criticou a insinuação de possível manipulação de dados no órgão, considerando-a um ataque à credibilidade técnica do instituto. A presidência prometeu seguir exemplos de instituições como o STF e a AGU no combate à desinformação.
Mudanças que geraram tensões
- Mudança de sedes: A transferência de três diretorias do Centro do Rio para o Horto, na Zona Sul, foi apontada como uma decisão unilateral. Segundo o sindicato, não houve consulta adequada aos diretores e a alegada economia não foi comprovada.
- Resposta do IBGE: O instituto argumentou que a mudança reduzirá 84% dos custos anuais relacionados aos R$ 15 milhões gastos anteriormente com aluguel e manutenção.
- Criação da Fundação IBGE+: Servidores criticaram a fundação, de direito privado, afirmando que ela abre espaço para interesses privados interferirem no sistema geoestatístico nacional.
- Resposta do IBGE: A presidência afirmou que todos os documentos foram aprovados pelos diretores e registrados em cartório com unanimidade.
Mudança no regime de trabalho
Outro ponto de atrito foi o fim do home office, substituído pelo modelo híbrido. O sindicato alegou que a decisão foi tomada sem diálogo adequado.
- Justificativa do IBGE: A maioria dos institutos de estatística ao redor do mundo retornou ao trabalho presencial em 2023. O órgão destacou que grande parte dos trabalhadores que atuam na coleta de dados já opera presencialmente cinco dias por semana.
Conclusão
A crise no IBGE reflete divergências internas sobre gestão e mudanças estruturais. Enquanto a presidência defende as iniciativas como necessárias para eficiência e economia, os servidores denunciam falta de transparência e consulta nas decisões que impactam o funcionamento e a credibilidade do instituto.