O Palácio do Planalto está intensificando seus esforços para impedir a aprovação do projeto de anistia aos envolvidos nos atos de vandalismo em Brasília em 8 de janeiro de 2023. A proposta, que tem avançado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, enfrenta forte resistência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, segundo informações da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder, mantém um sentimento de vingança alinhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em relação aos manifestantes.
Lula delegou ao líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), a missão de barrar o avanço do projeto. O governo conta com o apoio do União Brasil e do PSD, que, apesar de alguns membros rebeldes, são pressionados a substituir aqueles que não seguem a linha oficial nos debates dentro da CCJ.
O PSD e o União Brasil, ambos com participação significativa no governo — com seis ministérios entre eles —, têm 13 vagas de titular e 14 de suplente na comissão. Já os partidos favoráveis ao projeto de anistia, PP e PL, possuem 19 titulares e 17 suplentes, o que torna a disputa acirrada.
União Brasil já atuou para obstruir a tramitação do projeto na semana passada. Curiosamente, o relator do projeto, Rodrigo Valadares (SE), é filiado ao próprio União Brasil, partido que trabalha contra a aprovação.