A Polícia Federal (PF) realizou nesta quinta-feira (18) uma nova fase da Operação Sem Desconto, que apura fraudes no INSS envolvendo descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas. Entre os alvos de diligências está a empresária Roberta Luchsinger, citada nas investigações por manter contato com o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”.
Roberta é mencionada por sua proximidade com Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A PF apura conexões entre personagens do caso, incluindo encontros em órgãos federais.
Visitas ao Ministério da Saúde entram no radar
Registros obtidos via Lei de Acesso à Informação indicam que o “Careca do INSS” esteve cinco vezes no Ministério da Saúde. Em 2024, ele teria comparecido três vezes como diretor de uma empresa de telemedicina — em uma dessas ocasiões, acompanhado de Roberta Luchsinger. Já em 2025, os dois acessos seguintes teriam ocorrido com ele identificado como presidente da World Cannabis, empresa ligada ao setor de cannabis medicinal.
Segundo as informações reunidas, em ao menos uma visita os dois teriam se apresentado representando a mesma empresa, em agenda registrada oficialmente.
Investigação cita possível elo financeiro com Lulinha
A apuração também mira relatos sobre possíveis repasses financeiros do “Careca do INSS” a Lulinha. Em depoimento atribuído a Edson Claro, ex-funcionário de Antunes, foi mencionada a hipótese de pagamentos elevados e uma mesada em favor do filho do presidente.
O depoente não teria especificado a moeda em todos os valores mencionados. Edson Claro também prestou depoimento à CPMI do INSS.
Viagem a Lisboa aparece em documentos
Outro ponto citado é uma viagem a Lisboa (Portugal) na qual Lulinha e o “Careca do INSS” teriam voado no mesmo voo. Registros atribuídos à investigação detalham inclusive assentos ocupados por cada um, em área de classe executiva/primeira classe.
Próximos passos
A nova etapa da operação busca aprofundar o mapeamento de intermediários, vínculos e fluxos financeiros relacionados às fraudes investigadas. A PF ainda trabalha para esclarecer o grau de participação de cada pessoa mencionada e a eventual ligação com estruturas que teriam se beneficiado do esquema de descontos indevidos no INSS.
