Levantamento revela desconfiança na Justiça e percepção de influência política do crime organizado
Uma pesquisa do Instituto Quaest, divulgada nesta segunda-feira (3), mostra que 78% dos fluminenses acreditam que a polícia prende, mas a Justiça solta os criminosos. O levantamento também indica que 82% dos entrevistados veem ligação direta entre o narcotráfico e a política, afirmando que líderes de facções ajudam a eleger deputados e, por isso, raramente são presos.
Além disso, 62% dos participantes acreditam que parte da Polícia Militar está cooptada por facções ou milícias, e muitos afirmam que os chefes do tráfico vivem em bairros de alto padrão.
A percepção popular contrasta com a fala do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que em março afirmou que “a polícia prende mal, e o Judiciário é obrigado a soltar”.
Confiança nas instituições
A pesquisa aponta aumento da confiança na PM, de 65% para 72%, enquanto a confiança no Judiciário caiu de 67% para 61%. As Forças Armadas continuam sendo a instituição mais confiável, com 83%.
O estudo, encomendado pela Genial Investimentos, entrevistou 1.500 pessoas em 40 municípios do Rio de Janeiro entre 30 e 31 de outubro, com margem de erro de 3 pontos percentuais e nível de confiança de 95%.
Endurecimento contra o crime
A pesquisa também mostra que 72% dos fluminenses apoiam a proposta de classificar facções criminosas como organizações terroristas. A maioria é contrária a benefícios como “saidinha” e visitas íntimas para criminosos condenados por envolvimento com facções.