A recente decisão do presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, de antecipar o confisco de uma parcela considerável do 13º salário dos funcionários da estatal, gerou uma onda de indignação entre os trabalhadores e uma nova controvérsia no sistema de previdência da empresa. A medida, que veio como um choque para muitos, está diretamente ligada a um contrato de confissão de dívida assinado pelo próprio presidente, que prevê descontos vitalícios nos contracheques dos funcionários para saldar um débito bilionário do Postalis, o fundo de previdência complementar dos empregados dos Correios.
Contracheques zerados
Relatos de trabalhadores apontam que diversos funcionários tiveram seus contracheques zerados neste fim de ano. A situação escancarou a gravidade do problema, que afeta diretamente o sustento de milhares de famílias.
Dívida vitalícia
O contrato de confissão de dívida estabeleceu um desconto total superior a R$ 7,5 bilhões, com R$ 5,2 bilhões sendo financiados em parcelas mensais e vitalícias. Além disso, outros R$ 2,3 bilhões serão pagos ao longo de 360 meses, impactando o valor de benefícios futuros, como pensões e pecúlios, dos participantes e assistidos do Postalis.
O escândalo em números
De acordo com fontes do governo, a medida afetou diretamente 39.911 funcionários, que tiveram descontos no 13º salário. Essa cifra representa uma parcela significativa do quadro de empregados dos Correios, agravando ainda mais o cenário de crise dentro da estatal.
Mobilização
A polêmica também chegou ao Congresso Nacional. Parlamentares iniciaram movimentações para investigar as circunstâncias do contrato, especialmente no que diz respeito à possível relação entre Fabiano Silva dos Santos e o escritório de advocacia da esposa, que teria atuado no caso. O objetivo é identificar eventuais irregularidades ou conflitos de interesse.
Um mar de dinheiro e pobreza
Enquanto o governo tenta minimizar os danos e evitar que o escândalo ganhe maiores proporções, os trabalhadores dos Correios enfrentam um futuro de incerteza. Com os descontos vitalícios em vigor e a redução dos valores de benefícios futuros, o caso expõe não apenas uma crise financeira, mas também um descaso social que prejudica milhares de famílias dependentes dos salários e benefícios da estatal.
Esse episódio é mais um capítulo de uma longa história de dificuldades enfrentadas pelo Postalis e seus participantes. A indignação é evidente, e a resposta tanto da sociedade quanto das instituições será crucial para os próximos desdobramentos dessa crise.