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quarta-feira, 10 setembro, 2025
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Perícia aponta fraude em relatório da PF usado por Moraes contra empresários

Por Alexandre Gomes

Um laudo técnico revelou que o relatório da Polícia Federal (PF), utilizado como base para a operação de busca e apreensão contra empresários em agosto de 2022, apresenta indícios de fraude. A análise concluiu que o documento foi antedatado e contém falhas graves de autenticidade.

Segundo os peritos Reginaldo e Jacqueline Tirotti, o relatório aparece datado de 19 de agosto de 2022, mas os metadados do arquivo mostram que o PDF só foi gerado no dia 29 daquele mês — seis dias após a operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Outro ponto levantado foi a repetição idêntica das assinaturas atribuídas ao delegado Fábio Alvarez Shor, indicando o uso de uma imagem colada digitalmente, e não de rubrica manuscrita. O documento também não possui assinatura digital com certificação ICP-Brasil, requisito para garantir sua autenticidade.

Para os peritos, a combinação desses fatores compromete a validade oficial do relatório. “Não é questão de opinião, são dados técnicos”, afirmou Reginaldo Tirotti, responsável pela perícia.

Contexto da operação

O relatório serviu de base para a operação que atingiu empresários como Luciano Hang, dono da Havan, e Meyer Nigri, da Tecnisa. Eles tiveram celulares apreendidos, perfis em redes sociais bloqueados e sigilos bancários quebrados, após mensagens privadas em grupos de WhatsApp serem divulgadas pela imprensa.

Na época, Moraes entendeu que havia risco democrático, mesmo com parecer contrário do Ministério Público Federal, que avaliou as conversas como opiniões protegidas pela liberdade de expressão.

Duas denúncias no mesmo caso

Além da fraude apontada no relatório da PF, o ex-assessor do TSE Eduardo Tagliaferro declarou ao Senado que recebeu ordens para retroagir documentos e criar ligações entre empresários e supostos financiadores de atos antidemocráticos.

Ambas as denúncias convergem para a operação de agosto de 2022, mas atingem esferas diferentes: uma expõe irregularidades em documento da PF e a outra aponta manipulação dentro do STF.

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