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sábado, 23 novembro, 2024
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Paulo Pimenta retoma cargo na Secom em setembro após desgaste à frente da Secretaria de enchentes

Por Marina B.

Sob intensa pressão em seu domicílio eleitoral, o ministro Paulo Pimenta (PT) retornará à Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República em setembro, após quatro meses à frente da Secretaria Extraordinária criada para lidar com as consequências das enchentes no Rio Grande do Sul.

Pimenta deve reassumir o cargo em 12 de setembro, pouco antes do término da vigência da medida provisória que instituiu a nova pasta para enfrentar a calamidade pública provocada pelas enchentes no estado. A medida provisória, válida até 25 de setembro, será automaticamente extinta se não for aprovada. Para estender o prazo, seria necessário abrir negociações com o Congresso Nacional.

Algumas semanas atrás, Pimenta expressou a aliados seu desejo de retornar ao Planalto, independentemente da situação da medida provisória. Seu desempenho na pasta do Rio Grande do Sul foi considerado modesto e seu retorno ao Palácio do Planalto gerou críticas também em relação ao seu trabalho na Secom, o que desagrada a alguns membros do governo.

Atualmente, a Secom está sob a direção interina do jornalista Laércio Portela, que recebeu elogios do presidente Lula (PT), mas não há garantias de sua permanência no cargo. O presidente planeja reestruturar o órgão, que atualmente tem status de ministério, transformando-o em uma secretaria subordinada à Casa Civil. O novo formato da secretaria ainda está sendo definido, mas a expectativa é que incorpore os cargos da pasta extraordinária.

Essa estrutura deve operar até o final do ano, com previsão de extinção em fevereiro de 2025, conforme a medida provisória que estabeleceu sua configuração. No estado, onde Pimenta tem projetos eleitorais, ele enfrenta críticas quanto à execução de planos federais, incluindo a reabertura do aeroporto Salgado Filho e o sistema de trens urbanos.

Pimenta tem ouvido queixas de empresários sobre a dificuldade de acesso a crédito para retomar empreendimentos e manter empregos, e de produtores rurais sobre as exigências para renegociação de dívidas. O governo atribui essas dificuldades a questões específicas, como dívidas anteriores.

Apesar das críticas, há uma avaliação positiva sobre a criação da pasta e a necessidade de um representante federal no estado. A criação da secretaria extraordinária gerou desconforto na equipe do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que na época não agradeceu publicamente a Lula pela criação do órgão, o que foi interpretado como uma demonstração de descontentamento.

Aliados de Leite admitiram o incômodo com a nomeação de Pimenta, que também foi informado da designação pela imprensa, conforme noticiado pela coluna Painel, da Folha. Lula enfrentou acusações de tentar se beneficiar eleitoralmente da tragédia no Rio Grande do Sul e de oferecer uma plataforma eleitoral a Pimenta, o que gerou receios no Congresso de que a medida provisória pudesse ser derrotada.

Em maio, Pimenta havia declarado sua intenção de permanecer no estado por quatro a seis meses para concluir os processos de convênios federais, e que depois cada ministério acompanharia a execução dos projetos. A possibilidade de uma reforma ministerial foi cogitada, mas não se confirmou.

Pimenta foi criticado por colegas de governo por gafes e ruídos desnecessários em anúncios oficiais, como declarações contraditórias sobre a saída da então ministra do Turismo Daniela Carneiro (União Brasil) e o anúncio prematuro do novo presidente do IBGE, Marcio Pochmann. Esses incidentes geraram descontentamento e foram frequentemente lembrados por opositores de Lula.

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