Pela primeira vez desde as eleições europeias de junho, os blocos de direita do Parlamento Europeu se uniram em uma votação. O Parlamento aprovou o reconhecimento de Edmundo González Urrutia, candidato presidencial exilado da Venezuela, como o “presidente legítimo e democraticamente eleito” do país. Essa decisão marca a primeira vez que os conservadores tradicionais se aliam à direita na nova legislatura.A resolução foi proposta pelo Partido Popular Europeu (PPE), de centro-direita, pelos conservadores e reformistas europeus (ECR), de direita, e pelos recém-criados Patriotas pela Europa. O texto aprovado pede que os governos da União Europeia reconheçam a vitória de González e solicitem a emissão de um mandado de captura internacional para Nicolás Maduro, cuja vitória nas eleições presidenciais de julho foi amplamente contestada.A oposição venezuelana divulgou registros que indicam que González venceu as eleições por uma ampla maioria, uma conclusão corroborada por um relatório da ONU. No entanto, os Estados-Membros da UE ainda não o reconheceram como presidente até que o Conselho Eleitoral da Venezuela (CNE), visto como leal ao governo de Maduro, finalize e verifique os resultados.González obteve asilo político na Espanha, onde os partidos de oposição de direita também se uniram para aprovar uma moção de reconhecimento de González como presidente legítimo. No entanto, o governo socialista de Pedro Sánchez foi criticado por ainda não ter feito esse reconhecimento oficial.**Divisões na coalizão pró-UE após votação sobre Venezuela**Javi López, eurodeputado espanhol do partido socialista de Sánchez, afirmou à Euronews que a ala centro-esquerda da UE votou contra o texto para manter “coerência” com os Estados-Membros e garantir que o reconhecimento seja legítimo.”O reconhecimento não é apenas uma palavra, mas uma ação institucional”, disse López, que criticou o Partido Popular espanhol por buscar o apoio da direita para aprovar a resolução sobre a Venezuela.Antonio López-Istúriz, eurodeputado do PPE, afirmou que a resolução é um incentivo necessário para os “valentes venezuelanos” que votaram contra o regime de Maduro, e destacou a necessidade de suspender sanções contra a população, focando apenas nos membros do governo.As tensões entre a Venezuela e a UE, especialmente com a Espanha, aumentaram desde a reeleição contestada de Maduro. O embaixador espanhol em Caracas foi expulso pelo regime de Maduro após a ministra da Defesa espanhola, Margarita Robles, chamar o governo de “ditadura”. O principal diplomata da UE, Josep Borrell, reforçou essa posição, também chamando o regime de Maduro de “ditatorial” e “autoritário”.Além disso, três cidadãos europeus – dois espanhóis e um checo – foram presos na Venezuela sob acusações de conspirar para assassinar Maduro.
Parlamento Europeu desafia Maduro e reconhece González como verdadeiro presidente da Venezuela
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