Deputados e senadores criticam declaração do presidente e afirmam que ele “passa a mão na cabeça de criminosos”
As declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que classificou como “matança” a megaoperação policial contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro, provocaram forte reação entre parlamentares da oposição. Deputados e senadores afirmaram que o chefe do Executivo demonstra condescendência com o crime organizado e desrespeito às forças de segurança.
Durante entrevista a correspondentes estrangeiros, Lula disse que “a decisão do juiz era uma ordem de prisão, não de matança”, e defendeu uma investigação sobre a operação, que resultou na morte de 117 criminosos e quatro policiais.
Repercussão no Congresso
O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) afirmou que o presidente ignora a violência cotidiana no país. “Matança, Lula, é o que ocorre todos os dias no Brasil. Só no ano passado foram mais de 50 mil mortes violentas”, escreveu nas redes sociais, defendendo a ação policial e ressaltando o apoio popular à operação.
O senador Magno Malta (PL-ES) foi ainda mais duro: “Quando o descondenado chama operação policial de ‘matança’, o recado é claro: para ele, o inimigo é a polícia, não o crime. E o crime agradece.”
Na mesma linha, o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) acusou o presidente de “favorecer criminosos” e de adotar uma ideologia que “hostiliza a polícia e relativiza o terror imposto pelas facções”.
O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) declarou que Lula “ignora total e propositalmente a realidade e a agressividade dos narcoterroristas”, e criticou a postura do governo federal de, segundo ele, “defender criminosos enquanto a polícia arrisca a vida”.
Críticas se multiplicam entre aliados da segurança pública
O deputado Alfredo Gaspar (União-AL) afirmou que Lula “continua passando a mão na cabeça de bandidos” e lembrou que o presidente não mencionou os quatro policiais mortos durante a operação. Já o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que a fala do petista “deixa claro de que lado ele está”.
O senador Rogério Marinho (PL-RN) reforçou o discurso da oposição: “Enquanto a polícia arrisca a vida, o governo defende criminosos. É o retrato do PT: covarde com o crime, cruel com o povo.”
O deputado Luciano Zucco (PL-RS) também reagiu, afirmando que “chamar de ‘matança’ o trabalho de quem arrisca a vida é desrespeitar cada policial”. Por fim, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) concluiu: “Matança é o que as facções e os narcoterroristas fazem com o povo de bem do Rio de Janeiro.”
As críticas reforçam o clima de tensão entre o Palácio do Planalto e os setores da segurança pública, que consideram as declarações de Lula um desestímulo à atuação policial no combate ao crime organizado.