Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam uma grande contradição na escolha do Pará como sede da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP30). O Estado, que será o palco do evento internacional sobre mudanças climáticas, é, ao mesmo tempo, o maior responsável pelo desmatamento da Amazônia.
Principais Números do Desmatamento no Pará
- Desde 2005: Foram destruídos 74,2 milhões de quilômetros quadrados da Amazônia Legal no Pará, o que representa 40,2% do desmatamento total da floresta.
- Em 2024: O Estado liderou novamente, com 2,4 mil km² de área desmatada.
- Histórico: Desde 1988, quando o PRODES iniciou sua série histórica, o Pará destruiu 172,4 mil km² de floresta, consolidando-se como o maior desmatador da Amazônia.
Pará: O Epicentro do Desmatamento
O ritmo acelerado da devastação coloca o Estado à frente até mesmo de Mato Grosso, que historicamente rivalizava com o Pará na perda de vegetação. No entanto, desde 2006, o Pará ultrapassou o Mato Grosso e se consolidou como o Estado que mais desmata.
Impacto na COP30
A escolha de Belém como sede da COP30 levanta uma série de questões sobre o compromisso do Brasil com a preservação ambiental. O evento, que reúne líderes mundiais para discutir políticas de combate às mudanças climáticas, será realizado em um Estado que carrega o maior histórico de destruição da floresta amazônica.
Conclusão
O desmatamento desenfreado no Pará expõe a necessidade de ações mais concretas e eficazes na preservação da Amazônia. A realização da COP30 no Estado pode ser uma oportunidade para pressionar por compromissos mais firmes contra o avanço da devastação ambiental. No entanto, se as taxas continuarem elevadas, o Brasil corre o risco de sofrer duras críticas e perder credibilidade internacional na pauta climática.