Diante de tarifas de hospedagem que ultrapassam dez vezes os valores normais praticados em Belém, delegações de diversos países, especialmente nações em desenvolvimento, solicitaram formalmente que o evento da COP30 fosse transferido para outra localidade. Em resposta, a organização da conferência e o órgão climático da ONU convocaram uma reunião de emergência para tratar da crise de alojamento. Estima-se que Belém, com apenas cerca de 18 000 leitos hoteleiros, receberá até 45 000 participantes entre delegações, mídia e observadores. Em alguns casos, reservas chegaram a atingir valores de até US$ 700 a US$ 2 000 por noite, gerando críticas inclusive de países ricos que cogitam reduzir o número de seus representantes. O governo brasileiro passou a mobilizar alternativas como navios de cruzeiro, salas de aula convertidas, motéis e acomodações emergenciais para criar cerca de 6 000 leitos adicionais. Ao mesmo tempo, lançou uma plataforma oficial de reservas voltada a delegações de países menos desenvolvidos e ilhas em desenvolvimento, oferecendo tarifas fixas entre US$ 100 e US$ 200 por quarto. Outras delegações podem reservar até 10 quartos por delegação com preços entre US$ 220 e US$ 600. Segundo o presidente da COP30, há forte esforço para convencer hoteleiros a reduzirem os valores, embora a legislação brasileira limite ações diretas nesse sentido. O prazo para apresentar soluções concretas à ONU foi fixado em 11 de agosto, sob risco de exclusão de nações vulneráveis e comprometer a representatividade e o sucesso das negociações climáticas.
Países pressionam por mudanças e ameaçam retirar COP30 de Belém devido aos preços abusivos de hospedagem
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