A pressão contra o ministro da Previdência, Carlos Lupi, ganhou força nesta semana com uma ofensiva da Oposição no Congresso Nacional, após a revelação de que o ministro foi alertado ainda em 2023 sobre fraudes bilionárias em benefícios do INSS e nada fez para impedir os desvios. As irregularidades atingiram aposentados, pensionistas e pessoas com deficiência, que tiveram descontos indevidos em suas aposentadorias para beneficiar entidades sindicais.
A denúncia foi trazida à tona pelo Diário do Poder, que relembrou requerimentos apresentados pelo deputado federal Evair de Melo (PP-ES), ainda em 2023, cobrando explicações sobre descontos não autorizados diretamente na folha de pagamento dos beneficiários. Segundo os documentos, o esquema beneficiava entidades sindicais sem consentimento dos segurados.
Para o vice-líder da Oposição na Câmara, deputado Sanderson (PL-RS), a situação é insustentável:
“Não podemos aceitar que o ministro Carlos Lupi tenha sido alertado sobre fraudes bilionárias no INSS e tenha simplesmente cruzado os braços. Sua omissão é gravíssima. Quem não protege os aposentados, não pode ocupar um cargo tão importante. Quem se cala diante do crime, consente. Exigimos sua saída imediata.”
O deputado Rodrigo Valadares (União-SE), também vice-líder da Oposição, foi categórico ao apontar conivência do ministro com os abusos cometidos contra os mais vulneráveis:
“O silêncio do ministro diante de abusos contra aposentados é conivência. A omissão tem preço, e Carlos Lupi deve deixar o cargo já. Se ele sabia e não agiu, é cúmplice. O Congresso não pode tolerar tamanha negligência. A exoneração de Lupi é uma questão de decência.”
A bancada da Oposição promete intensificar os trabalhos de investigação e acionar os mecanismos legais disponíveis para apurar responsabilidades e buscar a punição dos envolvidos no esquema. Eles também devem cobrar explicações públicas de Lupi e pressionar o Palácio do Planalto por providências imediatas.
A crise em torno do ministro da Previdência pode se tornar mais um desgaste político para o governo Lula, que já enfrenta dificuldades para manter sua base coesa no Congresso.
